Brasil: PELO FIM IMEDIATO DOS CURSOS PAGOS NAS UNIVERSIDADES ESTADUAIS PAULISTAS


PELO FIM IMEDIATO DOS CURSOS PAGOS NAS UNIVERSIDADES ESTADUAIS PAULISTAS - CONTRA A PRIVATIZAÇÃO E CONTRA A IMORALIDADE!

por Antonio Carlos Mazzeo


O tucanato, vem tentando abrir espaços de privatização nas Universidades públicas do estado de São Paulo. As ofensivas privatistas foram e são mútiplas. Das mais sutís (como a promoção e ampliação das famigeradas fundações) às mais truculentas, como invasões policiais, porradas, prisões de estudantes e funcionários e desrespeito ao processo democrático de votação para reitor e tantas outras agressões nomináveis e inomináveis.

Claro que dentro dessa ofensiva tucana, estão seus arautos e estafetas dentro das estaduais paulistas. Para isso é necessário instalar nas Universidades estaduais paulistas um núcleo de estado-maior, de articulações políticas e de cooptações de carreira, um tipo de cooptação ideo-econômica. Sábios e sabidos desfrutam dessas benesses muito comum nas estruturas dos aparelhos de estado brasileiros. É o que Roberto Schwartz, parafraseado o genial Lima Barreto, em seu romance O Triste Fim de Policarpo Quaresma, chamou de "intimismo à sombra do poder." Aliás, esse tem sido o destino de muitos intelectuais brasileiros, arrimados à sombra do poder pela cooptação ideo-econômica ou melhor, transformados em intelectuais orgânicos de uma burguesia aparatista e geneticamente subalterna aos interesses hegemônicos do imperialismo.

Apesar do arrefecimento da forma agressiva, em função das mobilizações realizadas por estudantes, funcionários e professores em defesa das Universidades estaduais paulistas, a ofensiva privatista não descansa. Juntamente com as ações de criminalização dos movimentos dos funcionários e dos estudantes, com perseguições, expulsões de estudantes e sumárias demissões dos funcionários mais destacados na luta contra a destruição do caráter público das Universidades estaduais paulista, agora, a ofensiva para o desmonte da Universidade pública, gratuita e de qualidade mostra uma nova cara e modalidade, a de oferecer cursos de extensão pagos e que variam de 15 a 30 mil reais, em descompasso e com o projeto estrutural dessas universidades.

Pessoalmente fico indignado com a hipocrisia-sacana de professores , alguns deles de fato ex-amigos, que defendem essa via de desmonte. Chega-se a ouvir de "colegas" com larga participação nos aparatos acadêmico-institucionais que esses programas pagos "auxiliam a manutenção de atividades de caráter social". Isso é cara-de-pau sans phrase, ou melhor dizendo, sem limites morais e éticos ! E sabem porque? Porque muitos desses assim chamados "cursos de extensão" pagos, são armações dessas fundações privadas dentro das Universidades públicas e parte substancial dos recursos amealhados nessas atividades vão para o bolso dos coordenadores e dos que ministram esses tais "cursos", que usam a estrutura pública para interesses privados. Não é só o privatismo que aparece nessas atividades, mas o compadrismo e o corporativismo mais primário e rasteiro, regido pela lei da vantagem econômica.

Não podemos ficar imóveis frente a ação de grupos de interesses que se apoderaram privadamente do que é bem público. Temos que por um basta à essa imoralidade que corrompe o projeto de uma Universidade democrática cujo ensino, a pesquisa e a extensão devem ser voltados aos interesses nacionais e populares.


Não às privatizações, pelo fim imediato dos cursos pagos nas Universidades públicas do estado de São Paulo!

Texto original recebido por mail de "Secretaria Geral - PCB" secretariageral.pcb@gmail.com

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