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Mostrando postagens de janeiro, 2016

EUA : Flint, Michigan, o preço da austeridade

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Flint, Michigan: o preço da austeridade por  António Santos "Esta política teve um duplo efeito perverso: não só Flint se transformou numa das cidades mais pobres dos EUA, com 42 por cento da população abaixo no limiar da pobreza, como, por outro lado, o capital continuou o processo de desindustrialização, exigindo sempre pagar menos impostos para não destruir ainda mais empregos. Ao longo dos anos, o insaciável apetite dos capitalistas foi satisfeito sacrificando tudo o que é público, deixando sem manutenção pontes, estradas, escolas, a infra-estrutura eléctrica e a rede de água. À semelhança de Detroit, também a cidade de Flint foi declarada falida e colocada sob o jugo de um «gestor de emergência», Ed Kurtz. Foi deste gestor não eleito mas com poderes irrestritos que partiu a decisão de poupar cinco milhões de dólares recorrendo ao ácido e poluído rio Flint. Foi quanto bastou para dissolver o revestimento que protege os velhos canos de chumbo e contaminar a água q

Ano novo, crise nova

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Ano novo, crise nova por Jorge Cadima "A crise não foi, seguramente, para todos. Não só não houve “sacrifícios repartidos”, como a crise do capitalismo foi usada para promover uma autêntica pilhagem de classe que engordou muito o grande capital à custa dos povos. " "Os orçamentos do Estado são usados para salvar os banqueiros (o Banif é o mais recente exemplo no nosso País), mas os banqueiros nem sequer pagam impostos para financiar os orçamentos do Estado. O Jornal de Negócios online publicou (12.12.16) uma notícia sobre o nosso País com o título «As 1000 famílias que mandam nisto tudo (e não pagam impostos)». Não é um problema só nosso. A Reuters noticiou (22.12.15) que «Sete dos maiores bancos de investimento que operam em Londres pagaram poucos ou nenhuns impostos na Grã-Bretanha no ano passado».  "Conscientes de que uma nova ronda de «austeridade» para os trabalhadores e povos e «maná do céu» para os multimilionários não é compatível com a democ

Europa - Cláusula de «defesa» mútua

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Cláusula de «defesa» mútua por  João Pimenta Lopes "O arranjo proposto pelo eixo franco-alemão mimetiza o Artigo 5.º da NATO, de «defesa colectiva» (que foi invocado pelos EUA para justificar a agressão militar ao Afeganistão, na sequência dos atentados de 11 de Setembro de 2001), e carrega um objectivo evidente: a transformação da UE numa aliança com um vínculo militar mais forte, que abra portas à capacidade de intervenção militar coordenada e de larga escala em qualquer ponto do globo." "O mesmo estudo identifica, contudo, vários elementos que ainda condicionam a ambição desmedida de federalização desta vertente militarista deste projeto de integração europeia." "Das razões, origens e patrocínio do terrorismo e suas organizações, das ações de agressão e ingerência atentatórias de países soberanos, nem uma palavra. Sabemos bem a quem melhor serve o terrorismo e o seu proclamado «combate»: as forças mais reacionárias. E tem sido a postura d

UCRÂNIA E A OTAN: a Arte da Guerra

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UCRÂNIA E A OTAN: a Arte da Guerra Por Manlio Dinucci "Os fatos falam claramente. A Ucrânia de Poroshenko – o oligarca que enriqueceu com o saque das propriedades do Estado e a quem o primeiro-ministro italiano Renzi louva como « sábia liderança » – decretou por lei em dezembro o banimento do Partido Comunista da Ucrânia, acusado de « incitação ao ódio étnico e violação dos direitos humanos e das liberdades ». Estão proibidos por lei mesmo os símbolos comunistas : cantar A Internacional resulta numa pena de 5 a 10 anos de prisão. É o ato final de uma campanha de perseguição semelhante à que marcou o advento do fascismo na Itália e do nazismo na Alemanha. Sedes de partidos destruídas, dirigentes linchados, jornalistas torturados e assassinados, militantes queimados vivos na Bolsa do Trabalho de Odessa, civis sem armas massacrados em Marioupol, bombardeados com fósforo branco em Slaviansk, Lougansk e Donetsk. Um verdadeiro golpe de Estado sob a direção da dupla EUA

Losurdo: "Os Protocolos dos Sábios do Islã"

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"Os Protocolos dos Sábios do Islã" por Domenico Losurdo "A lenda negra em voga nos nossos dias é particularmente ridícula: o Hamas, por várias vezes, apontou para a possibilidade de haver um acordo, caso Israel aceitasse um retorno às fronteiras de 67. Como todos sabem ou deveriam saber, o que torna mais e mais problemática a possibilidade de uma solução para os dois Estados, e talvez a partir de agora impossível, é a expansão ininterrupta das colônias israelenses nos territórios ocupados. Entretanto, a substituição do atual Estado de Israel enquanto "Estado dos judeus" por um Estado binacional que, ao garantir igualdade a todos, seja ao mesmo tempo dos judeus e dos palestinos, não significaria de modo algum a exterminação dos judeus, da mesma forma como a destruição do Estado racial branco, no sul dos Estados Unidos e posteriormente na África do Sul, decerto não resultou na aniquilação dos brancos. Na realidade, aqueles que desfraldam, de uma maneira ou

Galeria de bandidos do FMI: vigaristas, violadores e trapaceiros

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Galeria de bandidos do FMI: vigaristas, violadores e trapaceiros por James Petras "Na realidade, o FMI tem estado sob o controlo dos EUA e dos estados da Europa Ocidental e as suas políticas têm sido concebidas para aumentar a expansão, o domínio e os lucros das suas principais empresas multinacionais e instituições financeiras" "O FMI assume o fardo de fazer todo o trabalho sujo através da sua intervenção. Isto inclui a usurpação da soberania, a exigência de privatizações e a redução das despesas sociais, dos salários e das pensões, assim como a garantia da prioridade do pagamento da dívida. O FMI atua como uma 'cortina' dos grandes bancos, desviando a crítica política e o desassossego social. " "O comportamento criminoso dos executivos do FMI não é uma anomalia nem obstáculo para a sua seleção. Pelo contrário, foram escolhidos porque refletem os valores, os interesses e o comportamento da elite financeira global: vigarices, evasão

A oposição ao fascismo pode ser levada somente pela classe operária - A crise da pequena burguesia

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A oposição ao fascismo pode ser levada somente pela classe operária A crise da pequena burguesia Antonio Gramsci (1924) "De tudo isso deriva a conclusão de que uma oposição real ao fascismo pode ser levada somente pela classe operária. Os fatos demonstram quanto corresponde à realidade a posição assumida por nós na ocasião das eleições gerais, opondo à oposição constitucional a “oposição operária” como a única base real e eficaz para derrotar o fascismo. O fato de que as forças não operárias convergem na frente não altera nossa afirmação segundo a qual a classe operária é a única classe que pode e deve ser o guia dirigente nesta luta. A classe operária deve encontrar, contudo, sua unidade na qual encontra toda a força necessária para enfrentar a luta. Por isso a proposta do Partido Comunista a todas as organizações proletárias para uma greve geral contra o fascismo, por isso nossa atitude frente aos impotentes choramingos social-democratas." A crise política

Cimi protocola denúncias contra ataques químicos em Tey’i Juçu e intimidações aos Kanela do Araguaia

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Cimi protocola denúncias contra ataques químicos em Tey’i Juçu e intimidações aos Kanela do Araguaia por Conselho Indigenista Missionário ( Cimi ) No caso do tekoha – lugar onde se é – Tey’i Juçu, as famílias Guarani e Kaiowá que vivem no território denunciam os ataques químicos realizados contra a comunidade ao longo de 2015, e que" se intensificaram entre dezembro de 2015 e janeiro de 2016. Os ataques têm sido realizados com aviões, que despejam agrotóxicos sobre a comunidade e as nascentes de onde os indígenas coletam água para beber. E, junho de 2015, três ataques com veneno já haviam sido notificados pela comunidade que resiste em Tey’i Juçu.   Entre os dias 20 de dezembro de 2015 e 12 de janeiro de 2016, pelo menos outros quatro ataques são denunciados pelos Guarani e Kaiowá, sendo que em diversas ocasiões os ataques com veneno são acompanhados pela presença de pistoleiro e outras formas de violência contra os indígenas. Segundo as famílias da tekohá, muita

O bem-estar das corporações multinacionais

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O bem-estar das corporações multinacionais por RUI NAMORADO ROSA "A multinacional elabora um planeamento financeiro do qual resulta uma complexa estrutura organizativa de fluxos materiais, imateriais e financeiros que, tirando partido das especificidades dos variados regimes fiscais, procura optimizar os benefícios agregados. Entre diferentes itens que esse planeamento abarca e sobre os quais a multinacional toma opção, no processo de construir a sua estrutura, relevam os seguintes: onde incorporar a sede social, onde incorporar as suas subsidiárias, em que condições conduzir as transacções entre empresas do grupo, onde registrar as suas vendas, onde incorrer os seus custos, onde localizar os seus activos, onde empregar o seu pessoal, onde aceder ao crédito, onde registrar a sua propriedade intelectual, onde extrair privilégios fiscais especiais."   "Como se comprova, também nos Países Baixos e em Singapura, os regimes fiscais à volta do mundo estão muito ma

A farsa da crise da Previdência Social no Brasil

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Em tese de doutorado, pesquisadora denuncia a farsa da crise da Previdência Social no Brasil forjada pelo governo com apoio da imprensa Por Coryntho Baldez "A visão dominante do debate dos dias de hoje, entretanto, freqüentemente isola a Previdência do conjunto das políticas sociais, reduzindo-a a um problema fiscal localizado cujo suposto déficit desestabiliza o orçamento geral. Conforme argumentei antes, esse déficit não existe, contabilmente é uma farsa ou, no mínimo, um erro de interpretação dos dispositivos constitucionais. Entretanto, ainda que tal déficit existisse, a sociedade, através do Estado, decidiu amparar as pessoas na velhice, no desemprego, na doença, na invalidez por acidente de trabalho, na maternidade, enfim, cabe ao Estado proteger aqueles que estão inviabilizados, definitiva ou temporariamente, para o trabalho e que perdem a possibilidade de obter renda. São direitos conferidos aos cidadãos de uma sociedade mais evoluída, que entendeu que o me

A nova estratégia de negociação comercial do imperialismo

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A nova estratégia de negociação comercial do imperialismo por Prabhat Patnaik [*] "Ainda por cima, entre os países avançados a magnitude dos subsídios em relação ao valor da produção agrícola dada pelos EUA está na zona inferior. A Europa e o Japão deram em média subsídios ainda mais altos do que os EUA. Mas nada disto franze as sobrancelhas da OMC, ao passo que os subsídios paupérrimos em relação ao valor da produção proporcionados por países como a Índia – e também a um grupo de agricultores que são muito mais pobres do que aqueles nos países do mundo capitalista avançado e em apoio a um sistema de distribuição pública sem o qual um vastíssimo número de pessoas enfrentaria a fome absoluta – atrai a ira daquela organização. " A OMC tem sido uma arma importante utilizada pelos países avançados a fim de reverter as estruturas que os regimes dirigistas do terceiro mundo, postos em vigor após a descolonização, erigiram para alcançar um certo grau de auto-suficiência. O a

Crise do capitalismo - Continuam as réplicas do «sismo» de 2007/2008

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Crise do capitalismo - Continuam as réplicas do «sismo» de 2007/2008 por CARLOS CARVALHAS "Todos querem sair da crise pelas exportações, procurando ganhos de competitividade através da desvalorização salarial e da liquidação de direitos laborais, a que chamam, eufemisticamente, desvalorização interna. Mas diminuindo o poder aquisitivo das massas ficam com os mercados cada vez mais restringidos, retomando a desvalorização das moedas através das taxas de câmbio – «as guerras das moedas». Deixam à rédea solta os mercados financeiros apoiados na liquidez e apoio dos Bancos Centrais, que se encontram cada vez mais ultrapassados pelos acontecimentos." "A fabulosa concentração de riqueza e as enormíssimas desigualdades e injustiças sociais vão acentuar os confrontos e a luta de classes, mesmo num quadro geral de grandes dificuldades para os povos e trabalhadores." Aqueles que afirmaram que a crise iniciada em 2007/2008 estava definitivamente arrumada i

A (des)União Europeia

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A (des)União Europeia por ÂNGELO ALVES por JOÃO FERREIRA "A tese de que «A gestão capitalista da crise, pela via do agravamento da exploração e o que a acompanha é, em si mesma, prelúdio de novas crises» 1 aplica-se também à realidade do processo de integração capitalista. A resposta da UE à sua crise, por via do aprofundamento dos seus três pilares, espoletou uma sucessão de crises, no fundo expressões diversas de uma mesma crise, que se intensificam e alimentam mutuamente. Olhemos apenas aos últimos meses. Longe de estar superada a chamada crise da moeda única e os seus efeitos devastadores – crise que estilhaçou os mitos e a propaganda sobre o Euro e a UE, pondo em evidência a dinâmica de divergência e desigualdade que caracteriza esses processos – e ainda não refeita do chamado «caso grego» – com tudo o que significou de clarificação do carácter profundamente antidemocrático da UE e da impossibilidade de desenvolvimento de políticas progressistas no quadro do

Brasil: Dilma sanciona Lei que Privatiza a Pesquisa e a Extensão. Mais um golpe contra a Educação Pública!

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Dilma sanciona Lei que Privatiza a Pesquisa e a Extensão. Mais um golpe contra a Educação Pública! por Fração UC/ Sinasefe "Percebe-se que a tática que o Governo vem adotando, há muito tempo, de sucateamento das instituições públicas tinha como perspectiva a privatização do potencial dessas instituições, em uma clara demonstração de subserviência ao mercado em detrimento dos interesses populares. Infelizmente, combalidas por anos de cortes orçamentários, em muitas IFE’s encontraremos profissionais com a ilusão de que essa forma de contrato estabelecido entre o mercado e as instituições públicas poderá salvar as mesmas da bancarrota. Mas o ideário da educação pública não está resumido apenas na oferta de vagas ou na gratuidade do ensino, como alguns pensam. A pesquisa e a extensão e todo o aporte logístico dessas instituições deveriam estar a serviço dos interesses da população mais pobre, de modo a apontar alternativas para superar as contradições mais imediatas ca

«Tempestade perfeita»

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«Tempestade perfeita» por Ângelo Alves "As notícias de que crianças refugiadas podem não resistir aos rigores do Inverno nos Balcãs ou França dão uma ideia clara da barbárie. Uma barbárie não só tolerada mas alimentada por aqueles que enchem a boca de democracia mas que fecham os olhos às execuções na Arábia Saudita ou à massiva perseguição política na Turquia de activistas e académicos que lutam pela democracia e denunciam a política de guerra de Erdogran que está na origem dos atentados de Ankara e Istambul. Trata-se de fascismo, o mesmo fascismo que na Ucrânia, na Polónia ou na Hungria faz caminho na repressão das liberdades, na perseguição aos comunistas e no ódio aos estrangeiros. Fascismo que é apoiado pela NATO e pela «democrática» União Europeia que brindam os seus «aliados» turcos e ucranianos com «pacotes de ajuda» e se lançam, com eles, de cabeça, na lógica do confronto." O Mundo entrou em 2016 com uma situação que dificilmente poderia ser mais instável,

Argentina - Regresso ao passado

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Argentina Regresso ao passado por "Avante" "A coligação «Cambiemos» que venceu as eleições está apostada em tudo fazer para mudar, sim, mas para o passado mais negro da Argentina. Como referiu em recente artigo o argentino Adolfo Pérez Esquivel, Prémio Nobel da Paz em 1980, as promessas de acabar com a pobreza, uma das bandeiras da campanha eleitoral da coligação, estão reduzidas a zero: em poucos dias o novo governo «desvalorizou os salários em 45 por cento, permitiu aumentos em bens essenciais, suspendeu-se a publicação conjunta de estatísticas, baixou os impostos aos que mais têm e despediu massivamente milhares e milhares de funcionários públicos – no que pode ser imitado pelo sector privado – para impor o medo. E enquanto reprimem os que protestam, o ministro da Economia ameaça dizendo aos trabalhadores e sindicatos que devem avaliar se preferem pedir aumentos ou manter os postos de trabalho»." Prisões, repressão e despedimentos em massa estão na ord

Brasil: O silêncio da mídia em torno do assassinato brutal de um bebê indígena

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O silêncio da mídia em torno do assassinato brutal de um bebê indígena por Fernanda Canofre, Global Voices "Se fosse meu filho, ou de qualquer mulher branca de classe média, assassinado nessas circunstâncias, haveria manchetes, haveria especialistas analisando a violência, haveria choro e haveria solidariedade. E talvez houvesse até velas e flores no chão da estação rodoviária, como nas vítimas de terrorismo em Paris. Mas Vitor era um índio. Um bebê, mas indígena. Pequeno, mas indígena. Vítima, mas indígena. Assassinado, mas indígena. Perfurado, mas indígena. Esse “mas” é o assassino oculto. Esse “mas” é serial killer." "Quem continua morrendo de assassinato no Brasil, em sua maioria, são os negros, os pobres e os índios. […] Estamos nus. E nossa imagem é horrenda. Ela suja de sangue o pequeno corpo de Vitor por quem tão poucos choraram." Na tarde de 30 de Dezembro, uma mulher da tribo  Caingangue  amamentava o seu filho de dois anos, sentada num passe

Brasil : Agronegócio e governo devastam o campo

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Agronegócio e governo devastam o campo por Afonso Costa ( "Segundo a CPT, a aliança do governo com o agronegócio “acarretou o agravamento da violência vivida pelas comunidades camponesas. Dados parciais “indicam o assassinato de 49 pessoas, camponeses, sobretudo posseiros, sem terra e assentados da reforma agrária”.   A violência é maior no Nordeste, mas a maioria dos assassinatos se deu na Região Norte: 21 pessoas morreram somente em Rondônia, crimes cometidos por jagunços, com denúncias de envolvimento de policiais e milícias armadas. Outros 19 assassinatos ocorreram no Pará. A Amazônia é a joia da coroa do agronegócio e, portanto, dos crimes praticados por latifundiários.   Não coincidentemente, o Estado do Amazonas foi o que sofreu o maior desmatamento ano passado, 54% do total, seguido de Rondônia (41%) e Mato Grosso (40%). Para a CPT “o fato revela a tendência de crescimento dos índices de desmatamento, provocado por incentivo do próprio Estado à expansão d

A teoria do amor livre

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A teoria do amor livre por Ludmila Outtes "Para Lênin, assim como para Engels, a verdadeira liberdade no amor, o real caráter comunista do amor livre é bem diferente do atualmente pregado pela juventude. A ausência do caráter econômico no relacionamento não traz consigo a poliandria, mas aprofunda a monogamia à medida que faz surgir o amor individual.   “É agora que intervém um elemento novo, um elemento que existia no máximo em embrião, quando nasceu a monogamia: o amor sexual individual (…) Nosso amor sexual difere essencialmente do simples desejo sexual, do Eros dos antigos” (A origem da família, da propriedade privada e do Estado, Engels). Logo, para Engels a real liberdade no amor se explica pelos casamentos baseados no amor sexual individual e não nos interesses econômicos que temos ainda hoje" A humanidade se transformou durante os séculos e, junto com ela, transformaram-se também as relações entre as pessoas. Esta transformação está intimamente relac

Meios de comunicação e capitalismo em África*

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Meios de comunicação e capitalismo em África* por Carlos Lopes Pereira "a África «está inundada pelo conteúdo dos meios de comunicação de massas e, com ele, a filosofia, valores e diferentes visões do mundo, sobretudo dos Estados Unidos». Ele relembra que, no coração do Império, cinco grandes corporações, ligadas às elites políticas e econômicas (Time Warner, Disney, News Corporation, Bertelsmann e Viacom), controlam 90 por cento dos meios de comunicação. E que as suas ramificações chegam a todo o mundo. À África também." O imperialismo está a fortalecer o domínio econômico sobre os meios de comunicação da África subsaariana, acentuando assim a sua influência ideológica sobre milhões de africanos. Para esta estratégia contribui a consolidação de grupos mediáticos em África ligados a negócios em diferentes áreas e associados ao grande capital internacional. Esta situação, que aumenta a concentração da propriedade e retira a independência dos media privados afric

Lenin: "Sobre os Sindicatos, o momento atual e os erros de Trotsky"

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Lenin: "Sobre os Sindicatos, o momento atual e os erros de Trotsky" Discurso de Lenin na sessão conjunta de delegados ao VIII Congresso dos Sovietes  e de membros do Conselho Central dos Sindicatos da Rússia e  do Conselho de Sindicatos de Moscou militantes do PC(b) da Rússia "Conclusões: nas teses de Trotsky e Bukharin há toda uma série de erros teóricos. Uma série de inexatidões de princípio. Politicamente, toda a análise da questão equivale a uma absoluta falta de tato. As “teses” do camarada Trotsky são uma coisa nefasta no sentido político. Sua política, em suma, é uma política de limitação burocrática dos sindicatos . Estou seguro de que o congresso de nosso Partido condenará e rechaçará esta política (calorosos e prolongados aplausos)."   Camaradas: antes de tudo, devo pedir desculpas por haver infringido o regulamento, pois para participar das discussões teria de ter ouvido, naturalmente, o informe, o co-informe e os debates. Infelizme