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Mostrando postagens de outubro, 2016

A Política e a Organização do Vaticano

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A Política e a Organização do Vaticano por O. Arturov, publicado por  Problemas - Revista Mensal de Cultura Política nº 17 - Fevereiro-Março de 1949 "As encíclicas de Leão XIII ("Rerum Novarum", 1891) e de Pio XI (Quadragésimo Anno"), por exemplo, expõem com precisão o programa da "eliminação" da luta de classe pela "união" dos patrões e dos operários, devendo os primeiros cuidar "paternalmente" das necessidades dos segundos e devendo estes, por sua vez, permanecer na obediência a seus patrões. Foi essa forma nova de submissão dos operários aos patrões que o fascismo italiano pôs em prática. E uma personagem tão reacionária quanto o conde Coudenhove Kalerghi , o fundador do movimento da "Pan-Europa" podia, a esse respeito, qualificar o catolicismo como "forma fascista do cristianismo"." Uma das sete colinas históricas de Roma, a do Vaticano, escapa à soberania do Estado italiano. Seu território, com

Como funciona a máquina de propaganda do ocidente

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Como funciona a máquina de propaganda do ocidente por Nikolai Starikov "Assim, agora o Ocidente e a Quinta Coluna na Rússia "são residentes de Alepo" ("Je suis Aleppo!"), apesar de nenhum deles se importar com a Síria em geral e com Alepo em particular. Só que, agora, os projetores do circo de informações ocidentais estão virados para aquele lado. Portanto, toda a gente olha obedientemente naquela direção, observando apenas o que lhe mostram. Mas não se preocupem, daqui a nada vão esquecer tudo sobre Alepo. Vão mostrar-lhes e contar-lhes um conto assustador, novinho em folha, e o infantil Zé Povinho vai acreditar nisso. Vão começar a preocupar-se com alguém ou com qualquer coisa… até que a máquina de propaganda ponha em destaque outros factos, noutro país, deixando de noticiar a tragédia de Donbass ou das diversas cidades da Síria, ou do Iêmen, ou de centenas de outros locais do planeta, cujas tragédias diárias recebem dos meios de comunicação ocide

"Amor é amor no movimento comunista"

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"Amor é amor no movimento comunista" Publicado em INQUIRER.net "“Nosso casamento é uma reafirmação do amor igualitário. Somos todos humanos, e todos devemos ter o mesmo direito a escolher quem amar e quem será nosso parceiro de vida”, disse Diana. Com balas de munição nas palmas de suas mãos, as recém-casadas não se limitaram a jurar amor recíproco, mas também em provar ao mundo que, tal como com outras pessoas, era um amor como qualquer outro." “Beija! Beija! Beija!”, gritava a multidão, no meio da selva, em algum lugar das montanhas de Mindanao. Era um dia libertador, diziam. Com uma bandeira vermelha com a foice e o martelo tremulando sobre seus respectivos ombros, Maymay e Diane se beijaram numa cerimônia de casamento realizada pelo Partido Comunista das Filipinas (PCF). Este foi o primeiro casamento lésbico na história de Mindanao, e aconteceu sob a cobertura de um matagal fortemente protegido por guerrilheiros armados. O primeiro casame

"Sois a favor ou contra a União Soviética?"

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"Sois a favor ou contra a União Soviética?" por Otto Kuusinen ,  publicado na Revista Problemas , nº 14, outubro de 1948. " o Estado soviético, fundamentalmente diferente de todos os Estados anteriores, representa a realização desde há muito esperada de um objetivo histórico elevado, com o qual sonharam durante séculos os mais nobres espíritos da humanidade progressista. Os trabalhadores conscientes de todos os países compreendem que o Estado soviético é o primeiro Estado da sociedade socialista que o mundo conhece, o destacamento de vanguarda das forças progressistas da humanidade, chamadas a realizar o processo histórico universal que tende a substituir a sociedade burguesa exploradora pela livre sociedade socialista." No outono de 1917, milhões de operários dos países capitalistas acolheram com entusiasmo a notícia da vitória da revolução proletária na Rússia, da fundação do primeiro Estado operário e camponês no mundo. E quando os governos das potências

Campo de Concentração do Tarrafal - o Campo da Morte Lenta

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Campo de Concentração do Tarrafal - Símbolo da repressão fascista por Domingos Abrantes  "Infernal era igualmente a vida diária dos presos, determinada por um regulamento que instituía a violência e a arbitrariedade como regra. Se nos primeiros campos de concentração nazis, destinados aos opositores de Hitler, os SS se encarregavam de lembrar aos presos «que não se encontravam num sanatório, mas num campo de concentração», no Tarrafal os responsáveis do campo eram bem mais explícitos: «Daqui ninguém sai com vida... Quem vem para o Tarrafal vem para morrer», sentença complementada pela afirmação do médico de que a sua função não era tratar da saúde dos presos, mas passar certidões de óbito, ação que realizou 32 vezes, tantas quantos foram os presos assassinados. Não foi certamente por acaso que tendo o campo sido inaugurado em condições precárias, os promotores não se tenham esquecido, como questão imprescindível, de construir o cemitério." "Com grande probabili

"Particularidades do Racismo Brasileiro"

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"Particularidades do Racismo Brasileiro" por Clóvis Moura, publicado na Revista Princípios nº 32, fev-abr 1994 "Além do mais, após o 13 de Maio e o sistema de marginalização social que se seguiu, colocaram-no como igual perante a lei, como se no seu cotidiano da sociedade competitiva (capitalismo dependente) que se criou esse princípio ou norma não passasse de um mito protetor para esconder desigualdades sociais, econômicas e étnicas. O Negro foi obrigado a disputar a sua sobrevivência social, cultural e mesmo biológica em uma sociedade secularmente racista, na qual as técnicas de seleção profissional, cultural, política e étnica são feitas para que ele permaneça imobilizado nas camadas mais oprimidas, exploradas e subalternizadas. Podemos dizer que os problemas de raça e classe se imbricam nesse processo de competição do Negro pois o interesse das classes dominantes é vê-lo marginalizado para baixar os salários dos trabalhadores no seu conjunto." Quando

A mitificação e a mistificação do capitalismo

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A mitificação e a mistificação do capitalismo por Daniel Vaz de Carvalho "A intoxicação das consciências sobre os direitos sociais e o papel do Estado na economia prossegue. A direita e a propaganda ao seu serviço apresentam as ditas "reformas estruturais" como fatores de "crescimento econômico e emprego". Mas essas "reformas" não são mais que as condições para a oligarquia, assumindo uma arrogância sem limites, ficar livre do controlo democrático e prosseguir atos de vigarice e mesmo criminosos, Os oligarcas são apresentados como beneméritos da sociedade, agentes do crescimento, único recurso contra a pobreza, quando os factos provam justamente o contrário: absorvem pelas estratégias monopolistas e domínio sobre o poder político o resultado do trabalho alheio, seja do proletariado seja das MPME, e a riqueza do Estado, em nome da confiança dos mercados - eufemismo atrás do qual se esconde a oligarquia. Os 30 mais ricos detêm de patrimôn

Brasil : A volta do poder teológico-político

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A volta do poder teológico-político por Vladimir Safatle "Alguém poderia perguntar qual o problema com o fato de uma igreja governar o Rio de Janeiro. Afinal, Genebra foi governada por Calvino. Mas a Universal tem suas peculiaridades. Seu líder, cuja fortuna foi estimada pela revista “Forbes”, em 2013, em R$ 2 bilhões, foi preso nos anos 1990 por charlatanismo, estelionato e curandeirismo." "Mas não é só a obscuridade ética que ronda a Igreja Universal. Detentora de redes de televisão e emissoras de rádio, a igreja se consolidou, sob os governos Lula e Dilma, como um poder político terreno incontornável. Um poder que procura cada vez mais impor sua agenda ao país e que nada tem a ver com a ideia de uma república laica, plural e radicalmente tolerante." "Na verdade, esse desmonte final da capacidade de assistência do Estado brasileiro faz parte de um projeto claro de poder. Pois, assim, igrejas como a dele serão, ao final, as únicas responsáveis pe

Marx: manuscrito sobre o dinheiro

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Marx: manuscrito sobre o dinheiro Terceiro manuscrito de Karl Marx, escrito entre abril e agosto de 1844 "O dinheiro, então, aparece como uma força demolidora para o indivíduo e para os laços sociais, que alegam ser entidades auto-subsistentes. Ele converte a fidelidade em infidelidade, amor em ódio, ódio em amor, virtude em vício, vício em virtude, servo em senhor, boçalidade em inteligência e inteligência em boçalidade. Posto que o dinheiro, como conceito existente e ativo do valor, confunde e troca tudo, ele é a confusão e transposição universais de todas as coisas, o mundo invertido, a confusão e transposição de todos os atributos naturais e humanos. Aquele que pode comprar a bravura é bravo, malgrado seja covarde. O dinheiro não é trocado por uma qualidade particular, uma coisa particular ou uma faculdade humana especifica, porém por todo o mundo objetivo do homem e da natureza. Assim, sob o ponto de vista de seu possuidor, ele troca toda qualidade e objeto p

Envelhecer com direitos - A instrumentalização dos indicadores demográficos

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Envelhecer com direitos - A instrumentalização dos indicadores demográficos por FERNANDA MATEUS "Aumento da esperança média de vida, trata-se de uma conquista civilizacional recente que não pode ser pretexto para impor uma regressão social para os actuais e futuros reformados, pensionistas e idosos. Desde logo, porque nem todos chegam aos 65 anos, sendo necessário continuar a intervir para reduzir a morte precoce. Por outro lado, viver mais tempo não significa viver com qualidade de vida num contexto político de agravamento dos factores de risco que pesam sobre os reformados, pensionistas e idosos: aumento da precariedade económica; aumento da pobreza; acentuação das dificuldades e exclusão de acesso a serviços públicos basilares na promoção do bem-estar e da qualidade de vida; agravamento das desigualdades no acesso a respostas sociais adequadas às situações de doença e de dependência para os idosos com mais baixos rendimentos." Nos últimos anos os indicadores dem

"HÁ COMPROMISSOS E COMPROMISSOS"

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"HÁ COMPROMISSOS E COMPROMISSOS" por Gil C. Santos (Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa) "Face a todos estes tipos de riscos, é compreensível que Lénine tenha sentido a necessidade de evitar, quer os infantis e sectários voluntarismos revolucionários esquerdistas, quer as derivas oportunistas e capitulantes de direita – designadamente, procurando determinar critérios objetivos que permitam distinguir os diferentes tipos de compromissos que os partidos comunistas podem estabelecer com forças políticas burguesas e capitalistas. Numa palavra: é contra os esquerdistas que Lénine nega o não incondicional a qualquer tipo de compromisso, assim como é contra os oportunistas de direita que Lénine nega o seu sim incondicional." 1. Da importância dos compromissos contra todos os esquerdismos No contexto da luta dos comunistas, Lénine (1920a: 70) defendeu, consistentemente, a importância e a necessidade da realização de compr

Engels: "Contribuição Para a História do Cristianismo Primitivo"

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Engels: "Contribuição Para a História do Cristianismo Primitivo" por Friedrich Engels , publicado no Die Neue Zeit, em 1895 "O nosso livro, com a data (68 ou 69) atestada de maneira tão particular, é indubitavelmente o mais antigo da literatura cristã no seu conjunto. Nenhum outro é escrito numa língua tão bárbara, em que formigam os hebraísmos, as construções impossíveis, os erros gramaticais. Só os teólogos de profissão, ou outros historiógrafos interessados, continuam a negar que os Evangelhos e os “Atos dos Apóstolos” são arranjos tardios de escritos hoje perdidos e cujo tênue núcleo histórico já não pode ser descoberto sob a luxuriante lenda; mesmo as três ou quatro “Epístolas” apostólicas pretensamente autênticas de Bruno Bauer não representam mais do que escritos de uma época posterior, ou, na melhor das hipóteses, composições mais antigas de autores desconhecidos, retocadas e embelezadas por numerosas adições e interpolações." A história do crist

O Mito de uma Europa em paz

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Barbárie francesa em Argélia O Mito de uma Europa em paz por Nadine Rosa-Rosso "Uma interessante retrospectiva da “paz” promovida pelas grandes potências europeias desde o final da II Guerra. O balanço que é feito é breve, e poderia prolongar-se até à atualidade. Não apenas com o rol crescente de intervenções militares imperialistas europeias no Médio Oriente e em África, mas com o registro da sua intervenção na própria Europa no processo de destruição da Jugoslávia." No dia seguinte aos atentados de 13 de Novembro em Paris, perante o Congresso, François Hollande afirmou em tom grave: «a França está em guerra». A mesma frase repete-a sem cessar após cada atentado. Depois dos acontecimentos de Niza, acrescentou que a «guerra está fora e dentro da França». A terra sagrada dos direitos humanos, da paz e das Luzes amanheceu em estado de sítio, cobardemente atacada pela barbárie e o obscurantismo. Esta é a versão da história que se supõe que deveríamos aceitar e ass

Marx: "A Burguesia e a Contrarrevolução"

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Marx: "A Burguesia e a Contrarrevolução" Artigo de Karl Marx , publicado na Neue Rheinische Zeitung de 15 de Dezembro de 1848 "As revoluções de 1648 e de 1789 de modo algum foram revoluções inglesas ou francesas, foram revoluções de estilo europeu. Não foram a vitória de uma classe determinada da sociedade sobre a velha ordem política; foram a proclamação da ordem política para a nova sociedade europeia. Nelas, a burguesia venceu; mas a vitória da burguesia foi então a vitória de uma nova ordem social, a vitória da propriedade burguesa sobre a feudal, da nacionalidade sobre o provincianismo, da concorrência sobre a corporação, da divisão [da propriedade] sobre o morgadio, da dominação do proprietário da terra sobre o domínio do proprietário pela terra, das luzes sobre a superstição, da família sobre o nome de família, da indústria sobre a preguiça heroica, do direito burguês sobre os privilégios medievais. A revolução de 1648 foi a vitória do século XVII sobre o

Paz ou Violência?

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Paz ou Violência? Por Vo Nguyen Giap "Os que engoliram o veneno do pacifismo e humanitarismo burgueses se opõe a toda forma de violência. Não fazem nenhuma distinção do caráter de classe dos diversos tipos de violência. Para eles a violência empregada pela burguesia com o objetivo de reprimir o proletariado e a violência utilizada por este último para resistir à burguesia são a mesma coisa. Lenin disse uma vez: “Falar de ‘violência’ em geral, sem distinguir as condições que diferenciam a violência reacionária da revolucionária, é equiparar-se a um filisteu que renega a revolução, ou simplesmente, engana a si mesmo e engana aos demais com sofismas” " Extrato de um artigo de Vo Nguyen Giap, publicado em “El Hombre y el Arma”, pg. 153 a 158, das edições La Rosa Blindada, 1968. A violência: parteira do novo sistema social Desde o momento em que a sociedade foi dividida em classes, as classes dominantes estabeleceram sua máquina de Estado para oprimir e explora

UE : Assim vai o estado da «União»...

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Assim vai o estado da «União»... por João Ferreira "É sintomático do actual estado de coisas na UE e, bem assim, dos perigos e ameaças que este processo comporta para o futuro da Europa e dos seus povos, que a grande novidade do discurso de Juncker tenha sido a da constituição de um novo fundo da UE – não para promover a coesão econômica e social, não para combater o desemprego e a pobreza, nem sequer destinado à proteção do ambiente, mas sim para desenvolver e incrementar as capacidades militares da UE. Disse-o o mesmo Juncker que poucos minutos antes tinha desfiado a ladainha da UE como projecto garante da paz (sem precedente nem paralelo) no continente europeu. Mas o consabido atrevimento do presidente da Comissão Europeia deu para isto e deu para mais. Deu para afirmar, sem corar de vergonha, a sua firme intenção de combater a evasão fiscal – ele que, enquanto ministro das Finanças, primeiro, e primeiro-ministro do Luxemburgo, depois, assinou acordos secretos com várias

Engels: "O Papel do Trabalho na Transformação do Macaco em Homem"

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Engels: "O Papel do Trabalho na Transformação do Macaco em Homem" por Friedrich Engels , escrito em 1876 e publicado no Neue Zeit em 1896. "A ciência social da burguesia, a economia política clássica, só se ocupa preferentemente daquelas conseqüências sociais que constituem o objetivo imediato dos atos realizados pelos homens na produção e na troca. Isso corresponde plenamente ao regime social cuja expressão teórica é essa ciência. Porquanto os capitalistas isolados produzem ou trocam com o único fim de obter lucros imediatos, só podem ser levados em conta, primeiramente, os resultados mais próximos e mais imediatos. Quando um industrial ou um comerciante vende a mercadoria produzida ou comprada por ele e obtém o lucro habitual, dá-se por satisfeito e não lhe interessa de maneira alguma o que possa ocorrer depois com essa mercadoria e seu comprador. O mesmo se verifica com as conseqüências naturais dessas mesmas ações. Quando, em Cuba, os plantadores espanhóis q

Os carrascos dos Balcãs

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Os carrascos dos Balcãs Guerras democráticas, crimes humanitários e mentiras caridosas  por Anabela Fino A prontidão com que se encerrou o «ficheiro Milosevic» legitima a convicção de quantos não se deixaram enganar pela campanha de desinformação levada a cabo a nível mundial, e que cedo perceberam que o grande «perigo» do julgamento do dirigente sérvio não era que este viesse a provar a sua inocência, mas antes que provasse as atrocidades cometidas pela NATO com o patrocínio dos EUA e da União Europeia (UE), e desmascarasse o plano concebido e executado por Washington para a destruição da Federação Jugoslava. Não terá sido certamente por acaso que o julgamento de Milosevic começou, há cerca de quatro anos e meio, como um grande espectáculo mediático, e em poucas semanas foi banido dos noticiários, até cair no esquecimento. Como escreveu a propósito Paul Craig Roberts (ex-secretário adjunto do Tesouro na administração Reagan, editor associado do Wall Street Journal, c

Ameaças

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Ameaças por Jorge Cadima "Há anos que os EUA impõem pela força a sua vontade. Quem se recusa a cumprir ordens é vítima de sanções econômicas, «revoluções coloridas», exércitos terroristas a seu soldo, invasões e guerras. Poucos são hoje os governos que se atrevem a votar contra as potências imperialistas na ONU. A Rússia, para lá do seu sistema social ou das questões de classe, é objecto dum cerco cada vez mais evidente. A NATO foi alargada até às suas portas. Os vassalos dos EUA provocam-na para a guerra (Geórgia em 2008, Ucrânia em 2014, Polônia em 2016). Quem se pode surpreender se depois de ver o destino da Jugoslávia, Iraque ou Líbia, os dirigentes russos chegarem à conclusão que enfrentar os EUA é uma questão de vida ou de morte para o seu país? Salvar o (legítimo, reconhecido pelos próprios EUA!) governo sírio e travar o monstro da guerra imperialista na Síria é tentar impedir que ele chegue ao seu próprio país. Para os EUA, uma derrota da sua guerra interposta contr

O grande negócio por detrás do óleo de palma

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O grande negócio por detrás do óleo de palma por Ana Álvarez "No sudeste asiático, o cultivo da palma relaciona-se com a deflorestação, os incêndios massivos, as inundações e os problemas de abastecimento de água. “A Indonésia ultrapassou em 2012 o Brasil na rapidez com que perde as suas florestas e tem agora a taxa de deflorestação mais elevada do mundo”, indicam. 1,7 milhões de hectares foram arrasados em 2015 por fogos que se repetem cada ano. “Queimar o solo é a forma mais rápida de o limpar. Por isso a utilizam”, explica Laura Villadiego. E por este motivo a Indonésia é, também, a terceira emissora mundial de gases de efeito de estufa, atrás apenas de Estados Unidos e Brasil." "O crescimento meteórico da indústria palmeira foi impulsionado pelas agências de Cooperação para o Desenvolvimento de diversos países europeus, o Banco Mundial e muitos fundos de investimento, como o Fundo Africano para a Agricultura. Estas instituições deram apoio a supostos pro

O racismo mortal dos liberais imperialistas 'antirracistas'

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O racismo mortal dos liberais imperialistas 'antirracistas' por Neil Clark "Imagine se grandes progroms racistas contra negros começarem a ser lançados por grupos de direita na França. Com certeza gerariam indignação a mais justificada. Os perpetradores teriam de ser julgados e condenados. Mas, como Dan Glazebrook demonstrou, progroms racistas contra pessoas negras foram 'característica' da rebelião que o ocidente patrocinou na Líbia em 2011, desde os primeiros dias. Pois liberais ocidentais 'antirracistas' ainda assim continuaram a apoiar os raids, ataques aéreos 'humanitários' a favor de 'rebeldes' racistas. Como pode alguém ser contra pogroms racistas contra pessoas negras na Europa, mas apoiar o mesmo tipo de pogrom racista contra negros na Líbia? Ora! Para imperialistas liberais 'antirracistas' é fácil. Como Maximilian Forte escreveu: "Se isso fosse 'humanitarismo' só seria possível se, antes, esse &

Primeiro-damismo e sororidade

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Primeiro-damismo e sororidade por CFCAM "Governo e grande mídia investem na figura de Marcela Temer e escancaram a visão burguesa do papel da mulher na sociedade: servidão e docilidade para atender ao trabalho reprodutivo gratuitamente. Ao “amadrinhar” o programa federal “Criança Feliz”, Marcela Temer, que não é nenhuma estudiosa ou profissional do ramo, discursa em favor da romantização da caridade em detrimento a responsabilidade estatal de combater as desigualdades sociais. Afirma seu trabalho voluntário, na contramão da profissionalização do atendimento às demandas sociais decorrentes das desigualdades econômicas, de gênero, racial e do cuidado com crianças e jovens. Ainda, faz afirmações infames sobre “instinto feminino” e “instinto materno”, expressões da ideologia burguesa para naturalizar a exploração do trabalho feminino e o abandono do Estado burguês em relação às demandas sociais. Assistimos a volta das “damas caridosas” da alta sociedade e o primeiro-damismo.&qu