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Mostrando postagens de julho, 2016

Colonialismo, Neocolonialismo e Balcanização

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Colonialismo, Neocolonialismo e Balcanização por Said Bouamama* "Desde que Cristóvão Colombo mandou os seus soldados desembarcarem a história mundial transformou-se numa história única, global, relacionada, globalizada. A pobreza de uns já não se pode explicar sem nos interrogarmos sobre as relações de causalidade com a riqueza dos demais. O desenvolvimento econômico de uns é indissociável do subdesenvolvimento de outros. O progresso dos direitos sociais só aqui é possível por meio da negociação dos direitos dali." "Há invariabilidade porque todos os rostos do racismo, desde o biologismo à islamofobia, têm uma comunidade de resultado: a hierarquização da humanidade. Também há mutação porque cada rosto do racismo corresponde a um estado do sistema econômico de depreciação e a um estado de relação de forças políticas. Ao capitalismo monopolista corresponderá a escravatura e a colonização como forma de dominação política e o biologismo como forma do racismo. Ao

Capitalismo de casino, democracia de casino

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Capitalismo de casino, democracia de casino por Filipe Diniz "Num referendo, com respostas «sim» ou «não», uns ganham e outros perdem. Mas há alguns que ganham sempre. É o caso dos especuladores multimilionários George Soros e Crespin Odey. Soros, em cujo currículo consta a especulação de 1992 contra a libra que «quebrou» o Banco de Inglaterra e lhe deu a ganhar 1,5 milhares de milhões de libras. Desta vez, aconselhando a permanência, precaveu-se comprando 193 milhões de libras de acções da maior empresa mineira de ouro, a Barrick Gold (Independent, 25.06.2016). O preço do ouro disparou após a votação, atingindo o valor mais alto desde Março de 2014." O enorme e apocalíptico volume de notícias e comentários que o referendo na Grã-Bretanha gerou contém um rico leque de temas e notas de rodapé. Por exemplo acerca do capitalismo de casino e dos seus figurões, alguns dos quais repetem na vida quotidiana a imagem do grotesco estertor dos impérios em decadência. Num re

EUA: assim funciona o sistema de assassinatos

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EUA: assim funciona o sistema de assassinatos Por Jeremy Scahill | Tradução: Inês Castilho "As equipes de inteligência dos EUA coletam informações sobre alvos potenciais obtidas a partir de “listas de observação” e do trabalho das agências de inteligência, militares e policiais. Na época do estudo do ISR, quando alguém era colocado na lista de mortes, analistas de inteligência criavam um retrato do suspeito e da ameaça que aquela pessoa significava, juntando-os “num formato condensado conhecido como baseball card [semelhante a uma figurinha de um álbum de jogadores de futebol, numa aproximação cultural como o Brasil (Nota da Tradução)]. As informações eram em seguida articuladas, junto com dados operacionais, numa “ficha informativa sobre o alvo” a ser “enviada para escalões mais altos” para ação. Na média, indica um dos slides, demorava cinquenta e oito dias para o presidente assinalar um alvo. A partir daquele momento, as forças norte-americanas tinham sessenta dias para