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Mostrando postagens de abril, 2015

Tragédia no Mediterrâneo - UE quer as riquezas de África, mas não quer as pessoas

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Tragédia no Mediterrâneo por Albano Nunes "UE quer as riquezas de África, mas não quer as pessoas" "Na União Europeia a classe dirigente agitou-se, fez minutos de silêncio e exibiu falsos sentimentos de compaixão, prometeu medidas que contribuíssem decisivamente para que semelhantes tragédias terminassem. Mas o que fez foi precisamente o contrário. Reforçou a «Europa fortaleza», dificultou ainda mais a emigração legal e a concessão do estatuto de refugiado, introduziu critérios seletivos à emigração de acordo com o interesse das grandes empresas e alimentou a fuga de cérebros, chegou mesmo ao ponto de substituir a operação italiana Mare Nostrum com vocação para a busca e salvamento no alto mar pela operação Tritão com menos meios e exclusivamente orientada para a vigilância das fronteiras da UE. " Depois da tragédia de Lampedusa que em Setembro de 2013 sobressaltou o mundo, um naufrágio de ainda maiores proporções vitimou em 19 de Abril último cerca d

1.º de Maio 125 anos de luta e solidariedade internacionalista

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1.º de Maio 125 anos de luta e solidariedade internacionalista por Américo Nunes "Provavelmente não há data histórica com mais de um século que continue a ter a mesma actualidade e a prosseguir os mesmos objectivos que estiveram na sua origem. O 1.º de Maio continua a realizar-se em todo o mundo, da Europa às Américas, da África à Ásia e à Oceânia comemora-se e luta-se no Dia Internacional do Trabalhador. Contra a repressão e a exploração capitalista, e em muitos casos prosseguindo ainda a luta pelas oito horas de trabalho diário. Em países onde nunca foram conquistadas e noutros, onde já as tiveram, e que no retrocesso civilizacional em curso lhes foram retiradas." Em 2015 passam 125 anos desde a primeira vez em que o dia 1.º de Maio se realizou como Dia Internacional do Trabalhador, em 1890. Em homenagem aos mártires de Chicago, os Congressos Socialistas de Paris, de 1889, haviam aprovado uma resolução a declarar o 1.º de Maio do ano seguinte, «e para todo o semp

Brasil : Crise capitalista, terceirização e parasitismo empresarial

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Crise capitalista, terceirização e parasitismo empresarial por Roberto Bitencourt da Silva - Diário Liberdade "Um trabalhador barato, vulnerável, precarizado. Argumentam os representantes das entidades empresariais, como a Fiesp, que a adoção de tal lei será "boa para o país", gerando "maior produtividade". Tal lógica assume a ideia, velada, de que se o Brasil voltar ao período anterior à Revolução de 1930 incrementaria a sua economia. Se assim o for, porque não a escravidão? Empresa terceirizada, em pleno século XXI, desempenha o antigo papel consoante ao do traficante de escravos. Vive da venda de força de trabalho, de carne humana. Esse é o seu "produto", a sua "mercadoria"." Capitalismo e a criação de valores de uso e de troca Sem deixar de caracterizar uma propriedade peculiar à sua história, há anos o capitalismo vivencia uma aguda crise. Em razoável medida, a crise contemporânea deve-se às limitações da expa

Vale deixa legado de destruição ambiental, cultural e social em três continentes

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Vale deixa legado de destruição ambiental, cultural e social em três continentes por Marcela Belchior -   Adital "Segundo o relatório, a empresa atua em nível global para "transformar recursos naturais em catalisadores de lucros, continuamente crescentes, para os acionistas, desconsiderando os direitos e expectativas dos trabalhadores, comunidades, populações tradicionais e gerações futuras a uma vida digna”. A Associação dos Atingidos aponta na atuação da Vale uma atitude arrogante, acumulação global, sustentabilidade para os lucros e não para as pessoas, além de um legado de severa destruição ambiental, cultural e social. " "Lucrar acima de tudo e todos, extraindo o máximo de recursos naturais, com os menores custos possíveis, a partir da desobstrução de qualquer entrave: legislação trabalhista e ambiental e direitos humanos”. É assim que a Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale interpreta a atual participação da empresa multinacional brasile

Não passarão

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Não passarão por Luís Carapinha "O regime ditatorial usa como álibi a guerra civil e as ameaças à integridade do país, como se não fosse ao poder antipatriótico de Kiev e aos seus amos e patrocinadores de ambos os lados do Atlântico que coubessem as grandes responsabilidades da divisão nacional e escalada sangrenta do conflito ucraniano. Enquanto o Donbass permanece sob bloqueio econômico e financeiro – só as bombas continuam a passar –, a histeria anti-russa não dá tréguas e as forças nacionalistas pró-nazis são convertidas em heróis; não se perca também de vista o muito substancial festim privatizador e de redivisão da propriedade. " Vive-se tempos perigosos no mundo e a Europa não é excepção. Atente-se na Grécia e na política e engrenagem da troika que prossegue com zelo felino a asfixia econômica e financeira do país, social e economicamente destroçado, preparando o terreno para um eventual cenário de ditadura directa do capital financeiro.  Mas é na U

COMO FUNCIONA A DITADURA DO CONSUMO

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COMO FUNCIONA A DITADURA DO CONSUMO Eduardo Galeano ,  falecido neste abril de 2015, foi considerado um dos principais escritores e pensadores políticos da América Latina do último século. O uruguaio escreveu mais de 40 livros. Esta publicação é uma homenagem póstuma ao escritor. "Os donos do mundo usam o mundo como se fosse descartável: uma mercadoria de vida efêmera, que se esgota como esgotam, pouco depois de nascer, as imagens que dispara a metralhadora da televisão e as modas e os ídolos que a publicidade lança, sem tréguas, no mercado. Mas a que outro mundo vamos nos mudar? Estamos todos obrigados a acreditar no conto de que Deus vendeu o planeta a umas quantas empresas, porque estando de mau humor decidiu privatizar o universo?" A produção em série, em escala gigantesca, impõe em todo lado as suas pautas obrigatórias de consumo. Esta ditadura da uniformização obrigatória é mais devastadora que qualquer ditadura do partido único: impõe, no mundo inteiro,

Pela Paz, contra o fascismo e a guerra!

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70.º Aniversário da Vitória sobre o nazi-fascismo Pela Paz, contra o fascismo e a guerra! "O fascismo é a ditadura terrorista dos círculos mais reaccionários e agressivos do capital financeiro. Hitler foi um instrumento dos monopólios alemães que alimentaram, apoiaram e lucraram com a criminosa política nazi, incluindo com a mão-de-obra escrava dos prisioneiros dos campos de concentração. Nada disto pode ser esquecido. As tentativas para apagar as responsabilidades do grande capital na hecatombe da 2.ª Guerra Mundial e esconder a natureza de classe do nazi-fascismo devem ser firmemente combatidas." Em 2 de Maio de 1945, culminando o imparável avanço do Exército Vermelho, a bandeira da União Soviética foi hasteada no Reichtag em Berlim e poucos dias depois a Alemanha nazi assinava a sua capitulação incondicional. O dia 9 de Maio de 1945, cujo 70.º aniversário este ano comemoramos, passou a ser conhecido como o «Dia da Vitória» porque ele simboliza a vitória so

Ucrânia - Imperialismo treina nazi-fascistas

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Ucrânia Imperialismo treina nazi-fascistas "«Os soldados da 173.ª Brigada Aerotransportada chegaram [à Ucrânia] esta semana», confirmou, sexta-feira, 17, um porta-voz do exército dos EUA, citado pela AFP, o qual revelou ainda que o contingente de adestramento vai operar durante seis meses na região de Lviv." Cerca de 300 paraquedistas norte-americanos encontram-se já na Ucrânia em missão de instrução de 900 membros da Guarda Nacional, força paramilitar criada para acolher as milícias nazi-fascistas que funcionaram como tropa de choque no golpe de Estado de Fevereiro de 2014. «Os soldados da 173.ª Brigada Aerotransportada chegaram [à Ucrânia] esta semana», confirmou, sexta-feira, 17, um porta-voz do exército dos EUA, citado pela AFP, o qual revelou ainda que o contingente de adestramento vai operar durante seis meses na região de Lviv. Reagindo à chegada de mais um grupo de instrutores, que incluiu também militares britânicos e canadianos, segundo o Mini

A Ucrânia Está Se Libertando

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A Ucrânia Está Se Libertando [N41] por J. V. Stálin -  1 de Dezembro de 1918 "Os imperialistas austro-alemães foram os primeiros a ocupar a Ucrânia. A " Rada " e os "hétmãs" com a sua "independência nacional" não foram senão um joguete, um biombo que encobria comodamente a ocupação e sancionava formalmente a exploração da Ucrânia pelos imperialistas austro-alemães. As infinitas humilhações e provações sofridas pela Ucrânia no tempo da ocupação austro-alemã, a destruição das organizações operárias e camponesas, a completa desorganização da indústria e das ferrovias, os enforcamentos e fuzilamentos, quem não conhece esses quadros rotineiros da Ucrânia "independente", sob a égide dos imperialistas austro-alemães?" A Ucrânia e suas riquezas de há muito são objeto da exploração imperialista. Antes da revolução, a Ucrânia era explorada pelos imperialistas do Ocidente, em surdina, por assim dizer, sem "operações militar

De onde vem o conservadorismo?

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De onde vem o conservadorismo? Por Mauro Luis Iasi "A primeira incompreensão grave é que a hegemonia de uma classe social não se define, pelo menos como Gramsci pensava a questão, pela mera disputa das consciências sociais e da legitimidade, mas tem suas raízes nas relações sociais de produção e de propriedade determinantes numa certa época histórica. A hegemonia nasce da fábrica, dizia o comunista italiano. Querer reverter a direção moral de uma sociedade mantendo as relações sociais de produção e formas de propriedade inalterada é uma tarefa impossível." "A iniciativa política e o trabalho ideológico da direita é facilitado por um mecanismo que Althusser identificava como “reconhecimento”, isto é, a ideologia só pode ser efetiva se o valor ideológico encontrar na consciência imediata algo que produza um reconhecimento e a sujeite a pessoa a determinadas práticas. Neste ponto, o funcionamento da ideologia é preciso. As relações sociais interiorizadas na form

A ameaça nuclear 65 anos depois

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Actualidade do «Apelo de Estocolmo» A ameaça nuclear 65 anos depois por Frederico Carvalho "As consequências de uma conflagração nuclear generalizada seriam de extrema gravidade para a sobrevivência da espécie humana no nosso planeta. Enquanto existirem armas atómicas a ameaça subsistirá" Olhando para trás, para um tempo histórico recente, pode dizer-se que o despertar de uma consciência colectiva da responsabilidade social associada ao conhecimento científico radicou em larga medida na perspectiva da utilização militar do «fogo atómico» – chamemos-lhe assim – que se tornou real num curto espaço de tempo, com o homicídio em massa da população civil de Hiroshima e Nagasaki, dificilmente justificável no plano militar mas de grande interesse para os seus mentores, como ensaio real, «no terreno», da operacionalidade, capacidade destrutiva e efeitos colaterais dos explosivos nucleares. Abundantes testemunhos históricos apontam no sentido de que, ainda não se tinh

O Império vulnerável

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O Império vulnerável por Higino Polo* "Se a China defende um concerto internacional onde os grandes países sejam co-responsáveis no planeta e a Rússia prossegue a sua laboriosa reconstrução e aspira consolidar a sua posição de grande potência, os Estados Unidos só perseguem a dominação cega, a hegemonia sobre um mundo angustiado que assiste ao agravamento de todos os perigos, à ameaça do apocalipse ecológico e de um capitalismo esclavagista que cobre de miséria, imundice, pó e exploração boa parte dos habitantes do planeta. As mais relevantes decisões estratégicas de Washington vão nos últimos anos nessa direcção e têm Pequim e Moscovo entre os seus objectivos: o desenvolvimento dos escudos antimísseis na Europa e na Ásia, as tentativas de sabotagem do projecto de Putin da «União Euro-Ásia», a exclusão da Rússia do G-8, bem como o «regresso à Ásia» para conter a pujança chinesa, como o apoio a golpes de Estado (nos últimos dois anos na Tailândia, Egipto e Ucrânia) e a ajud

Um cenário croata na Ucrânia

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Um cenário croata na Ucrânia por The Saker "Há também uma razão pragmática pela qual a Rússia não pode permitir que os nazis de Kiev invadam a Novorússia: não só o ataque seguinte inevitavelmente seria dirigido contra a Crimeia (eles já o prometeram inúmeras vezes!), mas mesmo os combates na Novorússia é provável que de alguma maneira atraíssem as forças russas. A resultante final é esta: a Rússia nunca permitirá uma "Operação Tempestade" ("Operation Storm") na Novorússia. " As possibilidades de paz, que sempre foram pequenas, estão a piorar dia a dia. Pessoalmente nunca acreditei que o Acordo Minsk-2 (AM2) fosse implementado pela junta de Kiev e não estou minimamente surpreendido. O máximo que a junta podia fazer era retirar algum (nem mesmo a maior parte!) do seu armamento pesado e a seguir trazer novas armas. Quanto aos passos políticos previstos pelo AM2, para a junta eles são simplesmente impensáveis. Na verdade, mesmo se Porochenko d

A UE e a paz

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A UE e a paz por João Ferreira "O Tratado de Lisboa foi outro salto significativo. Reforçando mecanismos de decisão federal, concentrando o poder nas grandes potências, o tratado criou o cargo de «Alto Representante para a política externa da UE» (também chamado o «ministro dos negócios estrangeiros») e aprofundou a vertente militarista da UE. Sempre sob a tutela da NATO, criou a Agência Europeia de Defesa, tendo em vista o desenvolvimento de capacidades militares da UE, objectivo ao qual os estados-membros devem submeter as suas políticas de defesa." "Perante uma ordem social iníqua a ameaça de guerra é constante. A integração capitalista europeia constitui, desde os seus alvores, não um garante mas sim uma ameaça à paz no continente." Vale a pena voltar às declarações recentes do presidente da Comissão Europeia sobre a necessidade de constituição de um exército europeu, que se possa colocar ao serviço dapolítica externa da União Europeia,

Brasil : A bancada BBB: Bíblia, Boi e Bala

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Versão Brasileira do Tea party - fascismo cristão A bancada BBB: Bíblia, Boi e Bala por Sergio Domingues " para muito além de quaisquer particularidades religiosas ou setoriais, a bancada BBB tem opções de classe bem definidas. Seu objetivo é aprovar não apenas propostas conservadoras envolvendo direitos humanos e o agronegócio. Também é defender os interesses gerais do grande capital." "Portanto, também a grande mídia desfruta do auxílio generoso dos BBBs. E estes contam com a tolerância dos monopólios de comunicação. Trata-se de uma poderosa aliança à qual só os trabalhadores precisam responder com a unidade de suas lutas. E, claro, com as armas de nossa mídia contra-hegemônica." Dizem que foi a deputada petista Erika Kokay que criou a expressão "Bancada BBB: Bíblia, Boi e Bala". A expressão se refere à aliança entre deputados federais religiosos, ruralistas e defensores de soluções violentas para as questões sociais. Somados, os B

Cinquenta Anos de Guerras Imperiais: Resultados e Perspectivas

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Cinquenta Anos de Guerras Imperiais: Resultados e Perspectivas por James Petras "Este artigo constitui uma notável tentativa de sistematização dos processos através dos quais os EUA aspiram ao poder global. É tanto mais interessante quanto permite constatar que a categoria “imperialismo”, mesmo quando abordada de um ponto de vista que diverge da concepção marxista-leninista, permite identificar traços e contradições essenciais do estado actual do capitalismo. Coisa que não sucede com os ideólogos que vêm tentando substituir o conceito de imperialismo pela palavra “império”." Introdução Nos últimos 50 anos, os EUA e as potências europeias envolveram-se em inúmeras guerras imperiais em todo o mundo. A vontade de supremacia mundial revestiu-se da retórica de “liderança do mundo”, cujas consequências foram devastadoras para os povos atingidos. As maiores, mais longas e mais numerosas guerras foram conduzidas pelos Estados Unidos. Presidentes de ambos os partidos di

Cinco sinais de que os EUA não estão superando a crise estrutural capitalista

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Cinco sinais de que os EUA não estão superando a crise estrutural capitalista por RBA - [Antonio Gelis-Filho] "Esquecida pela mídia ocidental, a guerra econômica contra a Rússia parece ter fracassado. O rublo continua existindo e o governo de Moscou não mostra qualquer sinal do enfraquecimento tão sonhado pelo ocidente. A situação na Ucrânia, cuja integração à União Europeia parece ter desaparecido da pauta de discussões em Bruxelas, evolui para uma verdadeira guerra interna pelo poder, onde “oligarca devora oligarca”. O leste do país tornou-se de fato independente. A histeria ocidental anti-Rússia parece ter consumido seu combustível, ao menos por enquanto. Com isso, mais uma trapalhada geopolítica ocidental perde fôlego, embora a proximidade de eleições em países europeus importantes sugira que políticos desesperados possam pensar em ações desesperadas." Especulações com o petróleo e a influência geopolítica sobre o Oriente Médio: nada disso tem surtido mais efe

Elementos da nova sexualidade

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Elementos da nova sexualidade por Rubín Morro, Delegação de Paz das FARC-EP "A identidade masculina se caracterizou por padrões patriarcais e estruturais em todas as manifestações da sociedade por milhares de anos, na competitividade e no poder. Traços como o medo, o pranto, a dor e outras manifestações do sentimento não cabem no estereótipo do homem. No longo processo da socialização do menino influem, normas e valores próprios de uma sociedade basicamente machista, que castram a verdadeira masculinidade. Impõem-se aos homens exclusivos conceitos como atividade, força, dureza, virilidade, abrigo, incentivo, proteção, invulnerabilidade, racionalidade, castigo, poder, respeito, provimento, coragem, resistência, ira, exterioridade, reflexão e ordenação. Logicamente, todo o contrário para a mulher: submissão, inferioridade, passividade, compreensão, espera, complacência, intuição, paciência, vulnerabilidade, debilidade, resistência, pranto, etc." Elementos da nova mas

EUA:Assassínio policial na Carolina do Sul

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Assassínio policial na Carolina do Sul por Joseph Kishore "A repressão policial no interior dos Estados Unidos é a expressão doméstica dos mesmos métodos que a classe dominante emprega para defender no estrangeiro os seus interesses, através de infindáveis guerras e assassínios por meio de drones. Dentro do país, a aristocracia das corporações e da finança, que acumulou a sua riqueza por meios fraudulentos e criminosos, está instalada sobre um sistema minado pela crise, com níveis historicamente sem precedentes de desigualdade ameaçando desencadear conflitos sociais explosivos. Responde-lhes com violência e brutalidade." Funcionários na Carolina do Sul processaram o agente da polícia de North Charleston Michael Slager pelo assassínio de Walter Scott, de cinquenta anos, pai de quatro crianças, no passado sábado. Esta decisão apenas se verificou após a divulgação de um vídeo do assassínio, gravado no telemóvel por uma testemunha e enviado para o New York Times por um

Dom Eduardo Galeano de nós, os que não somos ninguém

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Dom Eduardo Galeano de nós, os que não somos ninguém por Ilka Oliva Corado "Porém, também choramos por ele nós, os invisíveis, os calvários fixados nos pés dos jornaleiros e bóias-frias, as mãos das crianças que pegam grãos de café nos sítios de outros, o ventre materno que leva nas suas entranhas o fruto de um estupro, o adolescente preso pelo único delito de ser de um subúrbio. Também choram por ele a “ralé”, os sem documentos, nós que somos do desarraigamento. As putas, os homossexuais, os viciados, os fétidos revolucionários de todos os tempos." Sempre tive a certeza de que os seres extraordinários partem em dias de mau agouro, de céus com nuvens negras que choram a cântaros em forma de chuva. Dom Eduardo Galeano partiu num dia assim. Hoje, a neblina da primavera estadunidense amanheceu soluçando, se despedindo desde as primeiras horas da madrugada. Nós, os párias, os impronunciáveis, os que temos a carne curtida durante séculos de exploração, nós os que

Transgénicos, glifosato e cancro ( câncer )

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Transgénicos, glifosato e cancro ( câncer ) por Sílvia Ribeiro "Embora o glifosato existisse antes que os transgênicos, estes aumentaram brutalmente o seu uso e riscos. Agora que causaram dezenas de plantas resistentes ao glifosato, as transnacionais pressionam para liberar transgênicos com tóxicos ainda piores. Urge terminar com o mito da agricultura química, transgênica e industrial: alimentam uma minoria, poluem tudo e todos, ganham só um punhado de transnacionais. É um experimento em massa a nível global e os seus efeitos ficam a cada vez mais expostos." A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou que o glifosato, o agrotóxico mais difundido no mundo, que se usa em 85% dos cultivos transgênicos, é causa provável de cancro (câncer). Comunidades e famílias afetadas na Argentina, Paraguai e outros países vinham denunciando esta relação há anos, por sofrê-la diretamente. Agora as Nações Unidas confirmou-o. É outro legado tóxico de Monsanto para a human

Os BRICS e a ficção da "desdolarização"

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Os BRICS e a ficção da "desdolarização" por Michel Chossudovsky "A Índia, África do Sul e Brasil decidiram não acompanhar um esquema de múltiplas divisas, o qual teria permitido o desenvolvimento de comércio bilateral e actividades de investimento entre países BRICS, a operarem fora do âmbito do crédito denominado em dólar. De facto eles não têm a opção de adoptar esta decisão em vista das estritas condicionalidades de empréstimos impostas pelo FMI.   Pesadamente endividados e com o fardo dos seus credores externos, todos os três países são pupilos fiéis do FMI-Banco Mundial. Os bancos centrais destes países são controlados pela Wall Street e o FMI. Para eles, entrar num esquema de desenvolvimento bancário "não dólar" ou "anti-dólar", com múltiplas divisas, exigiria aprovação prévia do FMI. " Os media financeiros, bem como segmentos dos media alternativos, estão a apontar um possível enfraquecimento do US dólar como divisa do co

A Presidência acéfala e o programa único de Levy

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A Presidência acéfala e o programa único de Levy por Luis Fernando Novoa Garzon* "O passado e o futuro do país estão sendo empenhados em nome da atualização do bloco no poder promovida pelas frações capitalistas mais desenraizadas. Nada mal para bancos e conglomerados que procuram assegurar-se contra as oscilações da crise. O que mais desejam é sinalizar ao mundo que no Brasil haverá lucrativo refúgio para capitais de alta rotatividade e investimentos com alto retorno em grandes projetos de infraestrutura e de controle de recursos territoriais. É necessário alcançar um estágio elevado de degradação para sustentar uma realpolitik de contemporização com essa sabotagem. Depreende-se daí que Dilma e os dirigentes do partido procurem tocar o bonde com renúncias parciais premiadas." O golpe já aconteceu sem precisar do golpe em si. Dilma já foi impedida na prática e ela parece se sentir muito à vontade assim. A midiatização e carnavalização dos protestos contr