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Mostrando postagens de abril, 2016

O que significa hoje internacionalismo?

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" O que significa hoje internacionalismo?" por Domenico Losurdo "Nada se compreenderá da luta entre o colonialismo e o anti-colonialismo, entre o imperialismo e anti-imperialismo, se não se tiver em conta que ela é conduzida inclusive no plano econômico. Imediatamente após a revolução liderada por Toussaint Louverture ( Haiti ), Thomas Jefferson declarou que queria reduzir à “inanição” o país que teve a audácia de abolir a escravatura. Esta mesma história repetiu-se no séc. XX. Imediatamente após Outubro de 1917, Herbert Hoover, na época um alto funcionário da administração Wilson e mais tarde presidente dos Estados Unidos usou explicitamente a ameaça de "fome absoluta" e de "morte por inanição” não apenas contra a Rússia soviética, mas contra todos os povos propensos a deixar-se contagiar pela revolução bolchevique. " Como pode exprimir-se hoje o internacionalismo? A situação mudou radicalmente em relação ao passado. Sob o ímpeto da falênc

Geopolítica do sistema de Banco Central

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Geopolítica do sistema de Banco Central por Valérie Bugault,* Katehon "Na realidade, o argumento de que a independência do banco central é justificada pela necessidade de controlar políticos que podem ser excessivamente inclinados a fazer rodar a máquina de imprimir dinheiro não passa de pretexto para um assalto político ao poder, pelos atores econômicos dominantes – os proprietários dos grandes bancos. Com o advento dos bancos centrais, o Estado como entidade política entregou o controle sobre a própria moeda – uma de suas prerrogativas soberanas –, aos interesses especiais do business dominante. Esse movimento, que implica renúncia e perda, mina a integridade de qualquer política." "Dentre os cérebros do Banco Mundial, dominado pela finança anglo-saxônica, já esteve Paul Wolfowitz, amigo da família Bush, defensor do 'trotskismo' e do neoconservadorismo da Escola de Chicago e ex-alto oficial do Pentágono. Em 2007, Wolfowitz teve de demitir-se da p

Se calarmos, as pedras gritarão

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«Se calarmos, as pedras gritarão» por Sílvia Ribeiro "Não é apenas um episódio marcante da história do Movimento dos Sem Terra que Sílvia Ribeiro nos traz neste seu regresso ao Brasil. Não é apenas um episódio da luta heroica de centenas de famílias organizadas no Movimento dos Sem Terra, por terra, por trabalho, por pão, por paz, por vida.    Sílvia Ribeiro relata-nos um episódio da luta contra a barbárie, mostra-nos o verdadeiro papel do Estado numa sociedade de classes, e ilustra a impunidade que gozam os seus servidores.      Registre-se: foi no Brasil, era presidente da República Fernando Henrique Cardoso." Raimundo Gouveia, 61 anos, tem um olhar sereno e profundo. Este 17 de abril de 2016, dia internacional da luta camponesa, recebe um grupo de companheiros da Via Campesina que viajaram de 28 países do mundo até ao seu assentamento «17 de abril», no Pará, Brasil. É um território emblemático em tantos sentidos, que só com pisá-lo todos os s

Hienas da guerra híbrida estraçalham o Brasil

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Hienas da guerra híbrida estraçalham o Brasil por Pepe Escobar "Que essa farsa barata sirva como toque de despertar, não só para os países BRICS, mas para todo o Sul Global. Quem precisa de OTAN, "responsabilidade de proteger" ou "rebeldes moderados", se você pode obrar sua mudança de regime só com uma cutucada no sistema político/judicial das nações?" "E é aí que mora a beleza desse capítulo da Guerra Híbrida, de golpe/mudança-de-regime/revolução colorida, quando encenada numa nação tão dinamicamente criativa como o Brasil. A sala de espelhos gera um simulacro político que mataria de inveja desconstrucionistas como Jean Baudrillard e Umberto Eco, se ainda vivos: um Congresso lotado de idiotas/traidores/escroques que já estão sendo investigados por corrupção, que conspira para depor uma presidenta que não é alvo de nenhuma investigação por corrupção (ou qualquer outra) – e não cometeu qualquer "crime de responsabilidade".&qu

A História acelera seus passos, mas quem dá a direção?

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A História acelera seus passos, mas quem dá a direção? por   Felipe Coutinho* "A direção do espetáculo está sob controle do capital internacional. Na agenda política a entrega do pré-sal às multinacionais, a privatização das estatais, a menor participação do Estado no setor financeiro, a contra reforma da previdência, a abertura das licitações públicas às multinacionais da construção civil, a prioridade ao pagamento dos juros da dívida pública, o fim da valorização real do salário mínimo, a desindustrialização, o fim dos programas nuclear e espacial brasileiros, os acordos de livre comércio com EUA e Europa, além do afastamento do Brasil em relação aos BRICS e à América Latina. Ainda na agenda, a legalização da terceirização nas atividades fins das empresas, a lei “antiterrorismo” para repressão aos movimentos sociais e a independência formal do Banco Central em relação aos governos eleitos, para legalizar sua subordinação aos banqueiros privados. Esta agenda pode ser impost

A Banca no sistema de exploração capitalista

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A Banca no sistema de exploração capitalista por MIGUEL TIAGO "É a própria natureza da banca no sistema capitalista que deve ser identificada e é o embuste da regulação e supervisão que devem ser desmascarados. Os custos de ter uma banca ao serviço dos monopólios e de grandes grupos econômicos são demasiado elevados para que exista qualquer justificação para manter a banca nas mãos desses mesmos grupos, pois, no fim da linha, são sempre os trabalhadores que vão pagar o próprio assalto de que foram vítimas. Não podemos esquecer que não é o Estado que paga a dívida da banca, são os trabalhadores. O Estado é o instrumento utilizado pelos monopólios para concretizar a operação." A crise do sistema capitalista teve repercussões tremendas no sector financeiro, que se traduziram em consequências dramáticas para os povos do mundo, com o comprometimento dos Estados na salvação e resgate de instituições bancárias gigantescas, muitas delas, partes de grupos monopolistas que

Panamá papers

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A propósito dos Papéis do Panamá e o capitalismo Tira o capitalismo da chuva… por Agostinho Lopes  "Articulado com os que julgam que o escândalo dos Papéis do Panamá nada tem a ver com as estruturas e dinâmicas do capitalismo financeiro, surge um significativo número de jornalistas e comentadores que de facto o «salvaguardam», por via de conhecidos bodes expiatórios. É a legislação que é errada ou insuficiente e/ou os «reguladores» que são impotentes e/ou incapazes, e nesta tônica estão os que reduzem o problema a quase só uma questão fiscal; outra focagem é na «natureza humana», na «crise de valores», nos comportamentos não éticos de agentes econômicos. Havendo para todas as cores e paladares, o grande debate parece ser entre os que resumem a coisa ao cumprimento da lei, e os que pensam que, mais do que as normas legais, estão em causa os procedimentos morais e éticos. Há ainda os que entrelaçam a lei e a ética, mas todos ficam longe de uma qualquer responsabilização do

Golpe paraguaio no Brasil - Congressistas transformam o Brasil em "republiqueta bananeira"

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Cunha presidente da Câmara de deputados Golpe de Estado em marcha no Brasil Perigoso passo antidemocrático "Houve intervenções abertamente provocatórias e desrespeitadoras e cartazes com «tchau querida» [parodiando uma expressão usada por Lula da Silva em conversa telefónica com Dilma Rousseff, difundida ilegalmente pelo juiz da Operação Lava Jato, Sérgio Moro]. Importa porém reter que da parte da direita sobejaram as invocações divinas e desejos messiânicos; justificou-se o voto «sim» pelos familiares e amigos, vivos, mortos e vindouros, havendo casos em que era possível perceber uma parte da árvore genealógico do orador; terras, lugares, lugarejos e o próprio Brasil foram chamados à colação – um desfile de discursos que em nada se referiram às alegadas irregularidades cometidas por Dilma Rousseff, e que em tudo foram próximos do «Deus, Pátria e Família» proferido pelo ditador fascista português Salazar. O deputado Jair Bolsonaro dedicou o seu voto ao coronel Ustra, qu