A construção do império novo
A construção do império novo
por Jorge Messias
«Quer se goste ou não, teremos um só governo mundial. A única questão que se levanta é se esse objectivo terá de ser alcançado pela força ou será resultante da aceitação consensual do povo» (Paul Warburg, banqueiro sionista, em deposição perante o Senado norte-americano, em Fevereiro de 1950).
«Um Governo Mundial e um Sistema Mundial Monetário Unificado, sob permanente controlo de oligarcas eleitos e hereditários, auto-seleccionados como nos tempos feudais, como na Idade Média. Nessa entidade de um Mundo Unificado, a população será limitada, através de restrições no número de crianças por família, doenças, guerras, fome, até um bilião de pessoas, de forma a que a população final seja útil à classe governante e permaneça em áreas que serão estrita e claramente definidas» (John Coleman, «Conspirators Hierarchy»).
«Face à unificação do mundo, favorecida pelo complexo fenómeno da globalização; perante a importância de garantir, para além dos demais bens colectivos, o bem representado por um sistema económico-financeiro mundial livre, e ao serviço da economia real, hoje o ensinamento da Pacem in Terris parece ainda mais vital e digno de urgente concretização. O próprio Bento XVI, no sulco traçado pela Pacem in Terris, manifestou a necessidade de se constituir uma Autoridade Política Mundial» (Conselho Pontifício Justiça e Paz nota «Para uma reforma do sistema financeiro e monetário internacional...»).
A ideia-chave proposta pela Igreja de «refundar» a história segundo um figurino medieval mantém-se intacta. Na Idade Média havia duas classes sociais: o clero e a nobreza; aparte, vegetava uma massa humana informe – a dos servos. Todo o poder e toda a riqueza pertenciam à Coroa, à Cruz e aos Senhores da terra. Na relação servil, os servos não tinham direitos sociais. Cumpria-lhes apenas rezar e trabalhar. «Ora et labora...», reza e trabalha.
Na actual fase da história, o grande capital e a Igreja tentam recuperar o modelo medieval. Alimentam uma ideia obsessiva: entregarem à mais alta finança (da qual faz parte a hierarquia da Igreja) o poder universal absoluto. E, ao que podemos constatar, recorrendo uma vez mais à tradição medieval e renascentista da Península Ibérica.
Nos dois séculos dos Descobrimentos havia ordens religiosas fabulosamente ricas, como por exemplo, os Dominicanos, os Salesianos, os Franciscanos, etc. A acumulação de capitais eclesiásticos nunca deixou de crescer nos séculos seguintes.
A Igreja criou inúmeros bancos e não deixou de aproveitar as regras de evolução do mercado europeu que abandonou o princípio da livre concorrência e optou pelo modelo do monopólio imperialista. Em Portugal, por exemplo, a instituição financeira privada mais antiga (1869) é o Banco Espírito Santo. Mas em 1875, apenas seis anos depois, já se contavam 51 os bancos e casas bancárias. Esta verdadeira «explosão» foi-se acentuando nas décadas seguintes embora, paradoxalmente, se registassem mais de 126 extinções de bancos, por falências, aquisições ou fusões. Esta «plasticidade» do ramo financeiro originou mudanças, quer na natureza dos negócios, quer na tendência constante para a instalação de monopólios em áreas vitais da sociedade. Notava Lénine a propósito do capital financeiro – que o mesmo é dizer negócio bancário: «O capital financeiro, concentrado em muito poucas mãos e gozando do monopólio efectivo, obtém um lucro enorme que aumenta sem cessar com a constituição de sociedades, emissão de valores, empréstimos do Estado, etc., consolidando a dominação da oligarquia financeira» («O imperialismo, fase suprema do capitalismo», páginas 615 e 616).
O capitalismo está em crise geral e profunda e o mundo actual é muito mais complexo do que o do contexto medieval. Tudo se tem complicado, sobretudo nos tempos mais recentes. E se, em 1500, as relações entre o poder político e o poder religioso eram evidentes, outros são os contos do século XXI. A Igreja católica oficial oculta-se nas trevas dos seus interesses políticos e materiais. As referências antigas conservam a mesma gramática mas mergulham em contextos opostos. O pecado é salvação, o crime virtude, a exploração caridade, a sujeição do homem ao homem vontade divina.
Logo a seguir, os padres-mestres explicam de cátreda, que os homens mergulharam numa crise de paradigmas ou seja, numa crise de valores de referência.
«Buraco» que, naturalmente, a fé na submissão pode remediar.
Fonte: Jornal Avante em www.avante.pt
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