Solidariedade aos comunistas ucranianos

Solidariedade aos comunistas ucranianos
Por Pedro Guerreiro

"Embora o fascismo quando surge não se anuncie como tal, ao proceder à interdição do PCU, as autoridades de Kiev expõem o carácter fascista do seu poder – uma autêntica ditadura terrorista dos oligarcas, aliados ao imperialismo –, para assegurar a exploração dos trabalhadores e do povo ucraniano, pilhar as suas imensas riquezas e colocar a Ucrânia ao serviço da estratégia belicista dos EUA/NATO contra a Federação Russa.

É necessária a plena consciência de que a interdição do PCU não é um acto dirigido apenas contra os comunistas, o seu propósito é mais amplo: criminalizar, ilegalizar e reprimir, não apenas os comunistas, mas todos os democratas e antifascistas, todos os que, de alguma forma, resistam e lutem contra a repressão, a exploração e a guerra e pela liberdade, a democracia, o progresso e a paz. O anticomunismo, como a história mostra, é sempre antidemocrático."

O processo movido pelas autoridades golpistas em Kiev contra o Partido Comunista da Ucrânia (PCU), visando a sua interdição, tem o seu reinício marcado para hoje, 14 de Agosto de 2014.

O intuito de interditar o PCU – depois de consumada a artimanha para dissolver o seu grupo parlamentar no Parlamento ucraniano – representa um novo passo na imensa torrente de atropelo de direitos e liberdades e vaga de intimidação e repressão que acompanhou e se seguiu ao golpe de Estado de Fevereiro, que foi fomentado e apoiado pelos EUA, a União Europeia e a NATO e perpetrado pela oligarquia e as forças de choque fascistas e neonazis ucranianas.

O PCU e outras forças democráticas e antifascistas ucranianas viram as suas sedes assaltadas, os seus militantes ameaçados, agredidos e vítimas da mais hedionda brutalidade – como na chacina cometida na Casa dos Sindicatos de Odessa, em 2 de Maio. Da mesma forma, as populações do Donbass, no Leste da Ucrânia, que rejeitam e resistem à ordem golpista e à horda fascista foram e continuam a ser militarmente punidas e reprimidas, sendo deliberada e sistemáticamente bombardeadas e massacradas pelas tropas de Kiev e os grupos paramilitares fascistas e às ordens dos oligarcas – uma autêntica campanha de terror levada a cabo com o estímulo e apoio do imperialismo e o silêncio cúmplice dos grandes meios de comunicação «ocidentais».

Com a proibição do PCU, as autoridades golpistas pretendem silenciar a força política que tem denunciado a guerra que estas têm movido contra o povo ucraniano e as graves consequências para os trabalhadores e o povo ucraniano do «acordo» com o FMI e do «acordo de associação» com a UE – autênticos mecanismos de pilhagem; como pretendem impedir que a inevitável rejeição e resistência à sua política de violência, de exploração e de guerra possam ter expressão política (aliás, como se verificou na autêntica farsa que foram as eleições presidenciais de Maio passado) e, mesmo, constituir-se em alternativa política – no fundo, o que as forças golpistas ucranianas temem é o poder de atração das ideias dos comunistas.

Embora o fascismo quando surge não se anuncie como tal, ao proceder à interdição do PCU, as autoridades de Kiev expõem o carácter fascista do seu poder – uma autêntica ditadura terrorista dos oligarcas, aliados ao imperialismo –, para assegurar a exploração dos trabalhadores e do povo ucraniano, pilhar as suas imensas riquezas e colocar a Ucrânia ao serviço da estratégia belicista dos EUA/NATO contra a Federação Russa.

É necessária a plena consciência de que a interdição do PCU não é um acto dirigido apenas contra os comunistas, o seu propósito é mais amplo: criminalizar, ilegalizar e reprimir, não apenas os comunistas, mas todos os democratas e antifascistas, todos os que, de alguma forma, resistam e lutem contra a repressão, a exploração e a guerra e pela liberdade, a democracia, o progresso e a paz. O anticomunismo, como a história mostra, é sempre antidemocrático.

Recordemos que, ao mesmo tempo que perseguem e reprimem os comunistas, as forças golpistas ucranianas reabilitam e homenageiam os fascistas que colaboraram com as tropas nazi-fascistas durante a Segunda Guerra Mundial,que na Ucrânia perpetraram crimes que perduram na memória do seu povo.

A intenção de proibir o Partido Comunista da Ucrânia exige a firme denúncia e condenação e mais ampla expressão de solidariedade não só dos comunistas, mas de todos os democratas e anti-fascistas.





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