Índia: o país dos estupros, mas não na área dos comunistas.

Índia: o país dos estupros, mas não na área dos comunistas.


"É lógico que quando os monopólios de mídia falam da barbárie da onda de estupros na Índia, eles “esquecem” de relatar esse “detalhe”: na região controlada pelos comunistas os estupros não são uma “epidemia”. Considerando que o Estado Indiano, com apoio total da União Européia, Estados Unidos e Rússia, combate de forma feroz e brutal os comunistas maoistas, criando também uma forte propaganda contra-revolucionária, não é estranho esse silêncio. Mas o silêncio da ideologia dominante não destrói os fatos. Os comunistas promovem um avanço civilizatório indispensável à Índia. Um dia a história fará justiça a sua grande contribuição."

A Índia vem sendo associada pela imprensa mundial a um país com forte indecência de estupros. A situação é de barbárie. Em 2011 mais de 24 mil mulheres foram estupradas, em 94% dos casos a vítima conhecia seu agressor, um terço dos casos eles eram vizinhos; parte considerável dos agressores eram familiares. É lógico que esses números não correspondem totalmente à realidade. A cultura político-social do machismo extremo penetra em todos os ramos da sociedade, as mulheres não sentem confiança em denunciar seus agressores às autoridades do poder público, a vítima também é culpabilizada e hostilizada pela violência que sofre e em casos familiares, a denúncia é mais difícil ainda.

Além da violência extrema do estupro, outras formas de violência contra a mulher também crescem muito: “Segundo a polícia [da Índia], o número de sequestros de mulheres aumentou 19,4% em 2011 (em relação ao ano anterior). O aumento dos casos assassinato foi de 2,7%, nos de torturas, 5,4%, nos de assédio sexual, 5,8%, e nos de violência física, 122%” [1]. Essa prática capilarizada da violência extrema contra mulheres é tão grande que o político Abu Azmi, do Estado de Uttar Pradesh, afirmou que “as mulheres que mantenham relações sexuais fora do casamento deveriam ser enforcadas, incluindo aquelas vítimas de estupro” [2]. Isso não chocou como deveria o establishment indiano. 

Todo aparelho do Estado é transpassado por essa cultura do estupro: “Um ano atrás, a revista Tehelka realizou uma reportagem escondida em diversas delegacias. Mais de doze oficiais explicaram frente a uma câmera que as mulheres quase sempre provocavam (ou desejavam) o estupro. Talvez por isso o nível de condenações por estupro é de 26% dos casos denunciados” [3]. Para termos uma idéia completa do nível de brutalidade na Índia:
“Sonali Mukerjee era estudante em Dhanbad, uma pequena cidade do nordeste. No dia 22 de abril de 2003, três jovens a assediaram sexualmente ao sair do colégio. A jovem se defendeu e chegou a sua casa ilesa. Durante a noite, os atacantes invadiram a casa dela e jogaram ácido em seu rosto e em boa parte de seu corpo enquanto dormia. Sua pele ardeu, seus olhos e orelha desapareceram quase por completo. Tinha 18 anos e hoje ainda necessita de cirurgias para continuar vivendo. Seus agressores passaram dois anos na cadeia.” 
Mas existe um lugar na Índia onde as mulheres não são constantemente violentadas, estupradas, humilhadas, mortas. Na Índia desenvolve-se há anos uma guerrilha maoísta, organizada pelo Partido Comunista da Índia (Maoísta) (uma fusão de várias organizações). Os guerrilheiros, conhecidos como Naxalitas, dominam 1/3 do território indiano. Espaço conhecido como “corredor vermelho” [4].

Os maoistas desenvolvem um forte trabalho de educação política. Procuram desenvolver a noção de igualdade entre homens e mulheres através da formação pedagógica constante; homens e mulheres participam do Exército Popular (órgão político-social mais importante da área comunista), estupro é um crime punido com pena de morte e nos territórios comunistas se criou tribunais populares onde quem julga é o povo (a imensa maioria dos juízes na Índia capitalista são homens) em assembléia com base na legislação popular também criada pelo povo em assembleias [5]

As mulheres podem estudar, trabalhar, participar do exército (e a participação delas é indispensável para o desenvolvimento da guerra popular), divorciar-se (parece pouco, mas na parte capitalista da Índia, isso é quase impossível) e exercem direitos iguais ao homens. O PC maoista trata com a maior seriedade o combate ao machismo secular. Inclusive, essa situação digna das mulheres nos territórios comunistas é usada como propagada de recrutamento das mulheres em zonas rurais (a maioria dos territórios comunistas fica em zonas rurais).

É lógico que quando os monopólios de mídia falam da barbárie da onda de estupros na Índia, eles “esquecem” de relatar esse “detalhe”: na região controlada pelos comunistas os estupros não são uma “epidemia”. Considerando que o Estado Indiano, com apoio total da União Européia, Estados Unidos e Rússia, combate de forma feroz e brutal os comunistas maoistas, criando também uma forte propaganda contra-revolucionária, não é estranho esse silêncio. Mas o silêncio da ideologia dominante não destrói os fatos. Os comunistas promovem um avanço civilizatório indispensável à Índia. Um dia a história fará justiça a sua grande contribuição.




[1] http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/12/121230_india_mulheres_realidade_preconceito_mm.shtml

[2] http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/34797/politico+indiano+diz+que+vitimas+de+estupro+deveriam+ser+enforcadas+.shtml

[3] http://operamundi.uol.com.br/conteudo/reportagens/30927/sul+da+india+tem+aumento+de+70%25+no+indice+de+estupros+em+dois+anos.shtml

[4] https://www.youtube.com/watch?v=dGrpvipyQTc

[5] http://www.criticadodireito.com.br/todas-as-edicoes/numero-2---volume-45/a-experiencia-revolucionaria-em-curso-na-india-tribunais-populares-e-estado-de-novo-tipo







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