Índia: o país dos estupros, mas não na área dos comunistas.
Índia: o país dos estupros, mas não na área dos comunistas.
Mas existe um lugar na Índia onde as mulheres não são constantemente violentadas, estupradas, humilhadas, mortas. Na Índia desenvolve-se há anos uma guerrilha maoísta, organizada pelo Partido Comunista da Índia (Maoísta) (uma fusão de várias organizações). Os guerrilheiros, conhecidos como Naxalitas, dominam 1/3 do território indiano. Espaço conhecido como “corredor vermelho” [4].
"É lógico que quando os monopólios de mídia falam da barbárie da onda de estupros na Índia, eles “esquecem” de relatar esse “detalhe”: na região controlada pelos comunistas os estupros não são uma “epidemia”. Considerando que o Estado Indiano, com apoio total da União Européia, Estados Unidos e Rússia, combate de forma feroz e brutal os comunistas maoistas, criando também uma forte propaganda contra-revolucionária, não é estranho esse silêncio. Mas o silêncio da ideologia dominante não destrói os fatos. Os comunistas promovem um avanço civilizatório indispensável à Índia. Um dia a história fará justiça a sua grande contribuição."
A Índia vem sendo associada pela imprensa mundial a um país com forte indecência de estupros. A situação é de barbárie. Em 2011 mais de 24 mil mulheres foram estupradas, em 94% dos casos a vítima conhecia seu agressor, um terço dos casos eles eram vizinhos; parte considerável dos agressores eram familiares. É lógico que esses números não correspondem totalmente à realidade. A cultura político-social do machismo extremo penetra em todos os ramos da sociedade, as mulheres não sentem confiança em denunciar seus agressores às autoridades do poder público, a vítima também é culpabilizada e hostilizada pela violência que sofre e em casos familiares, a denúncia é mais difícil ainda.
Além da violência extrema do estupro, outras formas de violência contra a mulher também crescem muito: “Segundo a polícia [da Índia], o número de sequestros de mulheres aumentou 19,4% em 2011 (em relação ao ano anterior). O aumento dos casos assassinato foi de 2,7%, nos de torturas, 5,4%, nos de assédio sexual, 5,8%, e nos de violência física, 122%” [1]. Essa prática capilarizada da violência extrema contra mulheres é tão grande que o político Abu Azmi, do Estado de Uttar Pradesh, afirmou que “as mulheres que mantenham relações sexuais fora do casamento deveriam ser enforcadas, incluindo aquelas vítimas de estupro” [2]. Isso não chocou como deveria o establishment indiano.
Todo aparelho do Estado é transpassado por essa cultura do estupro: “Um ano atrás, a revista Tehelka realizou uma reportagem escondida em diversas delegacias. Mais de doze oficiais explicaram frente a uma câmera que as mulheres quase sempre provocavam (ou desejavam) o estupro. Talvez por isso o nível de condenações por estupro é de 26% dos casos denunciados” [3]. Para termos uma idéia completa do nível de brutalidade na Índia:
“Sonali Mukerjee era estudante em Dhanbad, uma pequena cidade do nordeste. No dia 22 de abril de 2003, três jovens a assediaram sexualmente ao sair do colégio. A jovem se defendeu e chegou a sua casa ilesa. Durante a noite, os atacantes invadiram a casa dela e jogaram ácido em seu rosto e em boa parte de seu corpo enquanto dormia. Sua pele ardeu, seus olhos e orelha desapareceram quase por completo. Tinha 18 anos e hoje ainda necessita de cirurgias para continuar vivendo. Seus agressores passaram dois anos na cadeia.”

Os maoistas desenvolvem um forte trabalho de educação política. Procuram desenvolver a noção de igualdade entre homens e mulheres através da formação pedagógica constante; homens e mulheres participam do Exército Popular (órgão político-social mais importante da área comunista), estupro é um crime punido com pena de morte e nos territórios comunistas se criou tribunais populares onde quem julga é o povo (a imensa maioria dos juízes na Índia capitalista são homens) em assembléia com base na legislação popular também criada pelo povo em assembleias [5].
As mulheres podem estudar, trabalhar, participar do exército (e a participação delas é indispensável para o desenvolvimento da guerra popular), divorciar-se (parece pouco, mas na parte capitalista da Índia, isso é quase impossível) e exercem direitos iguais ao homens. O PC maoista trata com a maior seriedade o combate ao machismo secular. Inclusive, essa situação digna das mulheres nos territórios comunistas é usada como propagada de recrutamento das mulheres em zonas rurais (a maioria dos territórios comunistas fica em zonas rurais).
É lógico que quando os monopólios de mídia falam da barbárie da onda de estupros na Índia, eles “esquecem” de relatar esse “detalhe”: na região controlada pelos comunistas os estupros não são uma “epidemia”. Considerando que o Estado Indiano, com apoio total da União Européia, Estados Unidos e Rússia, combate de forma feroz e brutal os comunistas maoistas, criando também uma forte propaganda contra-revolucionária, não é estranho esse silêncio. Mas o silêncio da ideologia dominante não destrói os fatos. Os comunistas promovem um avanço civilizatório indispensável à Índia. Um dia a história fará justiça a sua grande contribuição.
[1] http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/12/121230_india_mulheres_realidade_preconceito_mm.shtml
[2] http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/34797/politico+indiano+diz+que+vitimas+de+estupro+deveriam+ser+enforcadas+.shtml
[3] http://operamundi.uol.com.br/conteudo/reportagens/30927/sul+da+india+tem+aumento+de+70%25+no+indice+de+estupros+em+dois+anos.shtml
[4] https://www.youtube.com/watch?v=dGrpvipyQTc
[5] http://www.criticadodireito.com.br/todas-as-edicoes/numero-2---volume-45/a-experiencia-revolucionaria-em-curso-na-india-tribunais-populares-e-estado-de-novo-tipo
fonte : Blog MAKAVELI em http://makaveliteorizando.blogspot.com.br/
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