KKE (PC GREGO) defende com mais intensidade a posição de que o povo deve tomar nas suas próprias mãos a propriedade dos meios de produção, assim como dos recursos naturais

Greve de 48 horas: a resposta aos novos dilemas intimidantes do governo e da UE
Fonte: KKE http://inter.kke.gr/News/news2011/2011-06-22-info

Após três dias de discussão no Parlamento, o retocado governo obteve, na terça-feira, 22 de junho1, um voto de confiança, com os votos dos parlamentares do PASOK2. 155 membros do Parlamento, dos 298 que participaram no processo, deram um voto de confiança ao governo, enquanto 143 votaram contra.
 
A Secretária-geral do CC do KKE3, Aleka Papariga, denunciou o dilema intimidante que a UE e o governo colocaram ao povo trabalhador grego:
 
O ultimato da UE, da zona euro, não é dirigido ao governo grego, que já o aceitou há muito tempo, mas ao povo grego. E diz: baixem os braços; se o não fizerem não receberão a quinta prestação do empréstimo”.
 
Aleka Papariga assinalou: “consideramos que o povo grego deve fazer o seu próprio ultimato. Isto é a melhor coisa a fazer. Não pode haver nenhuma negociação radical no quadro da UE. Também há partidos da oposição que fazem sugestões ao governo para que tais negociações se verifiquem. Ou se trata de uma dita solução fácil ou de uma posição que ignora o caráter da UE.
 
Diria mesmo que isso é uma deliberada ignorância do verdadeiro caráter desta aliança predadora, como lhe chamamos, apesar de ser uma frase suave dada a corrente situação.
 
Assim, o povo grego deve fazer o seu próprio ultimato. Nós podemos assinalar o que a UE, o governo da ND4e do PASOK, a burguesia grega – todos os seus setores: industriais, armadores, banqueiros, comerciantes, etc. – devem ao povo grego”.
 
Da tribuna do Parlamento, a Secretária-geral do CC do KKE fez um apelo aos trabalhadores para que ignorassem os dilemas intimidantes e assumissem uma parte ativa na luta: “agora que o povo abre os olhos e o medo desperta consciências – porque há também o medo do despedimento – o KKE defende com mais intensidade a posição de que o povo deve tomar nas suas próprias mãos a propriedade dos meios de produção, assim como dos recursos naturais”.
 
As forças de classe que se aglutinam na PAME5apelam a uma greve de 48 horas, logo que o governo apresente no Parlamento o novo pacote de medidas antipopulares.
 
 
* Sigla do Partido Comunista da Grécia
 
122 de junho foi uma quarta-feira e o voto de confiança foi aprovado na madrugada desse dia; daí a confusão com a terça-feira [NT]
 
2Sigla grega do Partido Socialista, que, como em Portugal, faz parte das forças que defendem e
praticam políticas de direita – o PASOK elegeu 160 dos 300 deputados do Parlamento grego [NT]
 
3Comité Central do Partido Comunista da Grécia [NT]
 
4Nova Democracia, partido de direita, que governou a Grécia antes do atual governo do PASOK. [NT]
 
5 Frente Militante de Todos os Trabalhadores, central sindical de classe da Grécia [NT]
 
 
 
 
 

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