Brasil de volta à República das bananas e a necessidade da luta anticapitalista

Brasil de volta à República das bananas e a necessidade da luta anticapitalista

"A organização da luta contra a linha política reacionária que irá ser posta em prática pelo governo Temer e a solidariedade internacionalista para com as lutas dos trabalhadores pelos seus direitos sociais e democráticos devem ser acompanhadas por uma discussão profunda, que permita retirar conclusões acerca do que conduziu a esta situação.

As posições que foram desenvolvidas acerca de um crescimento capitalista “sustentável” sem crises, no Brasil, não tomaram em conta as implacáveis leis econômicas e as contradições do sistema, e conduziram a ilusões. A evolução da situação no Brasil foi objeto de controvérsia também no interior do movimento comunista. 
O que é necessário é a emancipação do movimento dos trabalhadores em relação à influência burguesa, a sua orientação no sentido do combate contra o Estado burguês, os monopólios, e as forças políticas que exprimem os seus interesses. "

Jamais imaginei que , aos 62 anos de vida, vivenciaria novamente um golpe no Brasil, dessa feita, um golpe jurídico-parlamentar.

Sinto a mesma frustração, impotência, ódio e raiva à burguesia brasileira que senti aos 10 anos de idade quando do golpe militar em 1964 , perpetrado pela direita cavernícola. Os mesmos lacaios e estafetas do império (EUA) daquela época e de hoje , obviamente, atualizados pelo tempo e a biologia humana, mas as mesmas corporações e famílias que dominam o país. ( O Mafarrico / Carlos Rego )

È necessário ter em mente as lições da história que nos ensina que a gestão social-democrata (PT) prepara frequentemente o terreno para uma viragem intensamente reacionária no sistema político, e que as forças burguesas definem a “legalidade” em termos daquilo que lhes convém mais num dado momento.

Tais sinais manifestaram-se já no decurso do processo de afastamento de Dilma e irão intensificar-se.

A organização da luta contra a linha política reacionária que irá ser posta em prática pelo governo Temer e a solidariedade internacionalista para com as lutas dos trabalhadores pelos seus direitos sociais e democráticos devem ser acompanhadas por uma discussão profunda, que permita retirar conclusões acerca do que conduziu a esta situação. 

As posições que foram desenvolvidas acerca de um crescimento capitalista “sustentável” sem crises, no Brasil, não tomaram em conta as implacáveis leis econômicas e as contradições do sistema, e conduziram a ilusões. A evolução da situação no Brasil foi objeto de controvérsia também no interior do movimento comunista. 

O que é necessário é a emancipação do movimento dos trabalhadores em relação à influência burguesa, a sua orientação no sentido do combate contra o Estado burguês, os monopólios, e as forças políticas que exprimem os seus interesses. 

Uma significativa experiência foi acumulada acerca das políticas dos governos burgueses, após a ditadura, da segunda metade dos anos 1980 e dos anos 1990, que foram a causa de altos níveis de pobreza e de exploração para a classe operária do Brasil, tal como dos governos burgueses de Lula e Rousseff (2002-2016), que prosseguiram a gestão do capitalismo com slogans “de esquerda” e “antineoliberais” e geraram falsas expectativas. 

Tudo isto proporcionou a base para que possam ser retiradas sérias conclusões e para que sejam dados passos no sentido da libertação das forças populares do ciclo vicioso do alegado “mal menor”. Para que a necessidade da luta anticapitalista avance de forma decisiva é necessário que o movimento operário e comunista construa uma estratégia independente dos centros burgueses, uma estratégia que aponte para o socialismo, que é a condição prévia para a abolição da exploração do homem pelo homem, utilizando o vasto potencial de um país com enormes recursos naturais que vêm sendo apropriados por um punhado de capitalistas.


Fonte: KKE





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