EUA : Flint, Michigan, o preço da austeridade

Flint, Michigan: o preço da austeridade por António Santos "Esta política teve um duplo efeito perverso: não só Flint se transformou numa das cidades mais pobres dos EUA, com 42 por cento da população abaixo no limiar da pobreza, como, por outro lado, o capital continuou o processo de desindustrialização, exigindo sempre pagar menos impostos para não destruir ainda mais empregos. Ao longo dos anos, o insaciável apetite dos capitalistas foi satisfeito sacrificando tudo o que é público, deixando sem manutenção pontes, estradas, escolas, a infra-estrutura eléctrica e a rede de água. À semelhança de Detroit, também a cidade de Flint foi declarada falida e colocada sob o jugo de um «gestor de emergência», Ed Kurtz. Foi deste gestor não eleito mas com poderes irrestritos que partiu a decisão de poupar cinco milhões de dólares recorrendo ao ácido e poluído rio Flint. Foi quanto bastou para dissolver o revestimento que protege os velhos canos de chumbo e contaminar a ág...