Pleno emprego nos EUA?

Pleno emprego nos EUA? 
por Alejandro Acosta

"o megaespeculador Warren Buffett declarou ao jornal The New York Times em 26 de novembro de 2006: “É verdade que há uma guerra de classes, mas é a minha classe, a classe dos ricos, que está fazendo essa guerra, e nós estamos ganhando”."

"O grosso da economia capitalista é composto pela especulação financeira. Um gigantesco volume de capitais fictícios, que não encontram aplicação na produção, são direcionados para esse tipo de operações. O mundo foi transformado numa espécie de casino, onde os apostadores são sustentados e resgatados pelo estado. A política do TBTF (Too Big To Fall ou Muito Grande Para Falir) direcionou trilhões para os monopólios que faliram a partir de 2007. De acordo com um relatório de uma das comissões do Congresso norte-americano, somente entre 2007 e 2010, foram direcionados para o resgate dos monopólios US$ 16 trilhões."

O que está por trás da fraudulenta campanha da imprensa imperialista?

Manipulados, os dados oficiais mostram que existiriam oito milhões de desempregados nos EUA. 

De acordo com as notícias divulgadas pela imprensa imperialista, a economia norte-americana teria gerado 173 mil novas vagas de emprego no mês de agosto e 245 mil nos meses de junho e julho. A taxa de desemprego seria de 5,1% da força de trabalho, a mais baixa desde abril de 2008. Para os padrões capitalistas, a estatística já poderia ser considerada como uma situação de pleno emprego e, portanto, as taxas de juros poderiam ser aumentadas.

De acordo com os dados oficiais, existiriam oito milhões de desempregados, dos quais 28% seriam desempregados de longa duração; 1,8 milhão se encontrariam fora do mercado de trabalho e 6,5 milhões trabalhariam em período parcial devido à falta de opções, aumentando o percentual para 10,3%. Se trata de uma campanha dos grandes capitalistas ligados diretamente à especulação financeira que tentam pressionar a Reserva Federal para que seja aumentada a taxa de juros. Com a crise na China, a partir da queda da Bolsa de Xangai e a desvalorização do iuane, o aumento dos juros nos Estados Unidos, que era dado como um fato na reunião que aconteceu nos dias 17 e 18 de setembro, agora se encontra em questão.

Ainda, de acordo com o chamado Livro Bege da Reserva Federal (o banco central norte-americano), na maior parte das regiões dos Estados Unidos a economia estaria crescendo de maneira sólida. As únicas regiões afetadas seriam as que estão vinculadas aos preços da energia.

As empresas estariam enfrentando, cada vez mais, dificuldades para preencher as vagas de trabalho. No primeiro semestre deste ano, o PIB teria crescido acima dos 3% e a inflação se encontraria em torno aos 2%.

A pressão dos especuladores pelo aumento da taxa de juros

Na realidade, além da propaganda demagógica, a situação se encontra muito longe dessas fantasias. A campanha tem como objetivo pressionar pelo aumento das taxas de juros. Por quê? Devido à disparada do parasitismo financeiro, o mercado de títulos podres movimenta hoje algo em torno aos US$ 6 trilhões. Por causa da política de quantitative easing (ou alívio quantitativo), aplicada no período anterior, as taxas de lucros desses títulos despencaram de 15% para menos de 4%. A compra de trilhões de títulos financeiros pelo valor de face, apesar de que no mercado eram negociados por menos da metade, além da contração desse “mercado”, levou a que mais de US$ 2 trilhões desses títulos tenham ficado nas mãos da Reserva Federal.

O grosso dos chamados “ativos” dos monopólios estão formados por títulos financeiros que, cada vez mais, têm perdido o valor devido à disparada da especulação financeira sustentada pelos repasses de recursos públicos.

Bonança ou enorme desemprego?

bakerMais de 100 milhões de trabalhadores norte-americanos não possuem emprego formal. Foto: Steve Baker (CC BY-ND 2.0)

De acordo com o BLS (Escritório de Estatísticas do Trabalho), órgão do governo norte-americano responsável pelas estatísticas relacionadas ao mercado de trabalho, mais de 100 milhões de trabalhadores norte-americanos não possuem emprego formal e 20% das famílias não possuem um único membro que esteja empregado.

A propaganda da imprensa imperialista leva a cabo uma campanha afirmando que o desemprego seria hoje de apenas 5,1% da força de trabalho, manipulando de maneira descarada as estatísticas. Mas planilhas não levam pão para a mesa do trabalhador.

Em março deste ano, o governo desconsidera a existência de milhões de trabalhadores devido aos critérios utilizados em relação ao que seriam trabalhadores empregados. De acordo com o governo, haveria oito milhões de “desempregados” e mais de 92 milhões de trabalhadores que “não fazem parte da força de trabalho”. Esses números são muito superiores (27 milhões a mais) aos 5,48 milhões e 69,27 milhões registrados respectivamente, no mês de abril do ano 2000.

O percentual da população em idade de trabalho teria caído, de acordo com o BLS, de 64,6% do total da população no ano 2000, para menos de 60%. Esse número é ainda mais baixo que os 60,6% registrados no início da Administração Obama.

De acordo com o BLS, existem nos Estados Unidos mais de 80 milhões famílias, das quais mais de 16 milhões não têm nenhum dos integrantes empregados.

Em relação às novas vagas de emprego adicionadas neste ano, na realidade se tratam de vagas precarizadas em sua maioria. Sete de cada oito dos “novos” empregos que foram adicionados à economia nos últimos seis anos são empregos de tempo parcial. Esse é um dos motivos que têm levado à queda vertiginosa dos ingressos. Mais de 60 milhões de pessoas dependem da ajuda do governo para sobreviver e quase 50 milhões recebem ajuda para comer.

Desemprego de mais de 22%

Os dados do BLS revelam que mais de 34 milhões de pessoas se encontram desempregadas, o que representa 22,5% da população economicamente ativa. Esse número não contabiliza os 60 milhões de norte-americanos que sobrevivem dos programas sociais do governo nem os trabalhadores que sobrevivem com trabalhos informais e de meio período, que os colocam por debaixo da linha oficial de pobreza.

O BLS só considera como trabalhadores de período parcial aqueles que, em algum momento, tiveram um emprego com 40 horas semanais e que, posteriormente, foram cortadas para menos de 34. Nesta situação se encontrariam quatro milhões de trabalhadores. Mas, na realidade, há nove milhões de trabalhadores de período parcial que são candidatos a empregos de período completo, e que não o têm porque não o acham.

O BLS não considera os jovens que estão ingressando no mercado de trabalho, que demandariam aproximadamente 150.000 vagas adicionais por mês. A população carcerária também não é contabilizada, apesar de somar mais de três milhões de pessoas, porque é tratada como um negócio privatizado. Também não são considerados os trabalhadores que são obrigados a trabalhar por conta própria nem os trabalhadores aposentados de forma compulsória.

O reino do "sweat work"

A crise capitalista tem levado a fortes processos de terceirização e à migração de unidades produtivas para países onde a mão de obra é muito barata, como os países asiáticos e o México. Os remanescentes do parque industrial encontram-se em franca estagnação.

O chamado sweat work, trabalho por produção e sem direitos legais, tem crescido enormemente; aliás, é o que predomina. O sonho dos capitalistas norte-americanos é rebaixar os salários dos trabalhadores ao nível do Estado do Mississipi, onde a média é “apenas” 80% maior que a média dos salários dos trabalhadores industriais chineses. No último período, nem sequer os lucros do parque industrial direcionado à produção de armamentos e à indústria de segurança (o chamado complexo militar industrial) têm continuado crescendo em ritmo ascendente, apesar do direcionamento de mais de 60% dos gastos públicos para este setor. O único segmento da economia que está em alta é a exploração ultra-depredadora de petróleo e gás a partir do xisto, ao custo de estar convertendo o país num verdadeiro pântano explosivo, mas que agora, devido à queda dos preços da energia, foi colocado em xeque.

O crescente empobrecimento dos trabalhadores norte-americanos.

99De acordo com dados da agência governamental IRS, os 1% mais ricos detém mais riqueza que 90% da população. Foto: Glenn Halog (CC BY-NC 2.0)

Mais de 50 milhões de norte-americanos dependem dos programas sociais do governo, tais como os bônus de alimentação e o seguro desemprego. Os participantes dos programas de alimentação do governo passaram de 26 milhões em 2007 e 40 milhões em 2010, para 50 milhões, ou 17% da população. Enquanto o governo, pressionado pelo ascenso da direita, prepara cortes dos fundos destinados aos programas sociais, segundo o Departamento de Agricultura mais de 20 milhões de pessoas adicionais precisariam da ajuda.

De acordo com o último censo, mais de 48 milhões de pessoas, ou 15% da população, vivem em situação de pobreza. Destas, 15,5 milhões seriam crianças, um aumento de 28% em relação ao ano 2000 e de 10% em relação a 2008. As cidades com as maiores taxas de pobreza seriam: Detroit (36,4%), Cleveland (35%), Buffalo (28,8%), Milwaukee (27,8%), St. Louis (26,7%), Miami (26,5%), Memphis (26,2%), Cincinnati (25,7%) e Philadelphia (25%).

A metodologia do censo usa os mesmos critérios estabelecidos em 1956, e deixa de lado componentes que têm se tornado críticos a partir da administração Ronald Reagan, na década de 1980, tais como os gastos com assistência médica, educação, transporte, cuidado com as crianças, e outros, devido à privatização generalizada dos serviços públicos. Segundo análise da Academia Nacional de Ciências, considerando alguns desses fatores, o número de pessoas pobres seria de 52.765.000, ou 17,3% da população, e o número de crianças pobres seria de 24%, ou 18,8 milhões.

De acordo com os resultados de um estudo feito pela Universidade de Columbia, publicado no jornal American Journal of Public Health, e que contempla o período de 1983 a 2007, mais de um milhão de mortes anuais podem ser atribuídas a causas relacionadas com o aumento da pobreza e as diferenças sociais, que têm se acentuado a partir de 2000.

A partir da promulgação do chamado Patriotic Act, no início da década passada, a população carcerária passou de 500.000 pessoas em 1980 para aproximadamente três milhões, em primeiro lugar por ter se tornado uma fonte de lucros por causa da privatização. Adicionalmente, existem quase 10 milhões de pessoas indiciadas nos EUA.

A maior concentração de renda da história

Nos últimos oito anos, a renda dos trabalhadores caiu mais de 20%, enquanto o custo de vida, nos últimos 25 anos, tem aumentado mais de 80%. A produtividade do trabalho aumentou 80% entre 1975 e 2010.

O endividamento tem se generalizado. Aos repasses frenéticos de recursos públicos para os grandes capitalistas se somam as dívidas das pessoas físicas, que se aproximam dos US$ 20 trilhões.

O valor médio das propriedades imobiliárias caiu 28%, desde 2008. Devido à ampla extensão que as hipotecas e os refinanciamentos tiveram, 20% das residências tem hoje valor zero ou negativo.

Mais de 35 milhões de pessoas não possuem acesso à saúde e 60% das falências de pessoas físicas têm como causa as contas médicas; 75% dessas bancarrotas são de pessoas que possuíam planos de saúde.

Enquanto 62 milhões de pessoas possuem renda igual a zero, um punhado de grandes capitalistas, segundo um estudo da empresa de consultoria Deloitte, possuíam, há dois anos, US$ 46 trilhões, dos quais aproximadamente US$ 6,3 trilhões seriam recursos não declarados em paraísos fiscais. O estudo apontou que, em 2020, esses valores deveriam aumentar para US$ 87,1 trilhões, além de US$ 100 trilhões não declarados.

De acordo com o The New York Times (artigo “Nossa República das Bananas”, de novembro de 2010), entre 1980 e 2005, 1% da população se apropriou de mais de 80% da riqueza, ajudados pelos fortes cortes de impostos promovidos pelos governos republicanos e mantidos pelos governos democratas. Com a acentuação dessa tendência a partir de 2005, os EUA tem uma distribuição da riqueza similar com a Nicarágua, a Venezuela e a Guiana.

Os salários dos diretores das grandes empresas aumentaram enormemente a partir da década de 1990. Somente em 2010, o aumento médio foi de 28%. Em 1980, o presidente de uma “multinacional” ganhava, em média, 48 vezes mais que um trabalhador médio; em 2001, 531 vezes.

De acordo com dados da agência governamental IRS (Serviço de Ingressos Internos), em 2009 apenas 0,076% da população teve ingressos acima de US$ 1 milhão, e somente 74 pessoas tiveram ingressos acima de US$ 50 milhões por ano, com uma média de US$ 91,2 milhões em 2008 e US$ 518,8 milhões em 2010. As 400 pessoas mais ricas do país têm a mesma riqueza que a metade da população (154 milhões de pessoas), e pagam 18% de impostos, contra 30% em 1995. Os 1% mais ricos detém mais riqueza que 90% da população.

Os impostos que as “multinacionais” pagavam, em 1955, representavam 27,3% (4,3% do PIB) dos ingressos federais, e apenas 8,9% (1,3% do PIB) em 2010.

Os cinco maiores monopólios petrolíferos, que tiveram US$ 70 bilhões de lucro no ano passado, recebem mais de US$ 10 bilhões de isenções fiscais por ano.

Mas os casos mais escandalosos pertencem ao setor financeiro. O ex-presidente do Goldman Sachs, Hank Paulson, tornou-se Secretário do Tesouro do governo Bush, e foi o responsável pela diminuição dos impostos para os ricos e a liberação dos megapacotes, que representaram trilhões de dólares de repasse aos bancos que quebraram em 2007-2008, entre outros. Em 2009, os repasses, promovidos principalmente por meio das isenções fiscais, somaram US$ 145 bilhões e, em 2010, US$ 149 bilhões. Os principais executivos do Goldman Sachs receberam bônus e compensações acima de US$ 60 milhões em 2010. O presidente do Citigroup, Vikram Pandit, US$ 200 milhões. O presidente do JP Morgan Chase recebeu US$ 90 milhões.

No setor da saúde, o ex-presidente da Cigna, H. Edward Hanway, recebeu um pacote de aposentadoria de US$ 110,9 milhões, e David Cordani, o seu sucessor, ganhou US$ 136,3 milhões em 2010. O presidente da Aetna, Ron Williams, ganhou US$ 72 milhões em 2010.

Não por acaso, o megaespeculador Warren Buffett declarou ao jornal The New York Times em 26 de novembro de 2006: “É verdade que há uma guerra de classes, mas é a minha classe, a classe dos ricos, que está fazendo essa guerra, e nós estamos ganhando”.

Em direção acelerada ao colapso da especulação financeira.

7566283584 c70e8b8f70 zO “cassino financeiro mundial” hoje movimenta em torno a 1 trilhão de dólares e se encontra montado em cima dos mecanismos financeiros ultra parasitários do dólar. Foto: Sue Waters (CC BY-SA 2.0)

A Guerra do Vietnã foi o ponto de aceleração do endividamento dos Estados Unidos. Em 1971, o presidente Richard Nixon aplicou o mega golpe que desconheceu os Acordos de Bretton Woods de 1944, que previa a paridade do dólar com o padrão ouro. O Tesouro Norte-americano passou a “imprimir” dinheiro em quantidades colossais. Era o fim dos Anos Dourados do capitalismo na fase imperialista, cujo motor foi a reconstrução do desastre provocado pela Segunda Guerra Mundial.

A dívida nunca mais foi paga, assim como aconteceu em todos os demais países. São emitidos títulos para pagar os serviços da dívida, taxas de juros e amortização. Esses títulos são vendidos para a Reserva Federal, o banco central norte-americano, e para os principais países exportadores. O Brasil, por exemplo, é o quarto maior detentor desses títulos podres chamados bonos de Tesouro dos Estados Unidos. Quando o governo tem problemas para garantir as datas de pagamentos, esses títulos são renegociados e trocados por novos títulos, numa operação conhecida como “roll over”. Os recursos assim obtidos são repassados para os grandes bancos, a taxas irrisórias, que os aplicam imediatamente na especulação financeira. Esses títulos são qualificados pelas agências qualificadoras de risco, que são controladas pelos monopólios, com a maior nota possível porque, supostamente, oferecem a “maior segurança” para a criação de mais dívidas!

De acordo com o BIS (Bank of International Settlements) esses papéis podres seriam o “Capital Nível 1”, a garantia de crédito de quem os possui.

Essa operação fraudulenta está ligada aos chamados petrodólares, o acordo por meio do qual o grosso das vendas de petróleo é realizada em dólares norte-americanos. Mas conforme a crise capitalista se aprofunda, os mecanismos de controle apresentam rachaduras. A Arábia Saudita, que é o um dos principais pilares dessa operação, começou a comercializar com a China em moedas locais. É a política do “salve-se quem puder”.

Um cassino financeiro a serviço dos capitalistas

O grosso da economia capitalista é composto pela especulação financeira. Um gigantesco volume de capitais fictícios, que não encontram aplicação na produção, são direcionados para esse tipo de operações. O mundo foi transformado numa espécie de casino, onde os apostadores são sustentados e resgatados pelo estado. A política do TBTF (Too Big To Fall ou Muito Grande Para Falir) direcionou trilhões para os monopólios que faliram a partir de 2007. De acordo com um relatório de uma das comissões do Congresso norte-americano, somente entre 2007 e 2010, foram direcionados para o resgate dos monopólios US$ 16 trilhões.

Para o próximo período está colocado um novo colapso capitalista em proporções ainda maiores que o colapso de 2008. Os mecanismos especulativos deverão colapsar de maneira estrondosa. Os estados burgueses, que se hiperendividaram nos resgates dos últimos oito anos, agora terão muito maior dificuldade para resgatar os monopólios em bancarrota, os TBTF.

A “saída” será aumentar a velocidade da “maquininha de dinheiro” e passar a conta para os trabalhadores. Por esses motivos, a tendência é à hiperinflação e não à deflação conforme a propaganda da imprensa imperialista tenta enganar os incautos. A deflação é um fenômeno próprio da época em que o padrão ouro impedia emissões extraordinárias de papel moeda. Os bancos centrais imperialistas já esgotaram o “arsenal” monetarista para lidar com a crise. As mesmas receitas, que fracassaram estão sendo repetidas em outros países. Por exemplo, o chamado “quantitative easing” (ou alívio quantitativo), que fracassou nos Estados Unidos de maneira estrondosa, agora está sendo aplicado na Europa. O último “instrumento”, do qual se está abusando até os extremos, é o chamado ZIRP (Zero Interest Rate Policy ou Política de Taxa de Juros Zero), que implica em entregar para os grandes bancos quanto dinheiro eles quiserem a taxas de juros zero. Lembrando que todos os monopólios possuem divisões financeiras que, em quase todos os casos, são a principal fonte dos lucros. Essas políticas são hiperinflacionárias.

As tendências centrípetas têm aumentado por causa do enfraquecimento dos mecanismos de controle imperialistas. Os novos bancos dos BRICS e de Investimentos de Infraestrutura da Ásia foram colocados em pé por fora do controle do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, que são controlados pelos Estados Unidos. Do segundo participam as principais potências europeias, inclusive a Inglaterra, apesar de ter sido impulsionado pelos chineses, o que revela o grau de enfraquecimento dos controle dos Estados Unidos. A Inglaterra monopoliza, junto com os Estados Unidos, o grosso da especulação financeira.

A bancarrota do dólar geraria enormes problemas para manter funcionando os fraudulentos mecanismos da dívida pública norte-americana que hoje acumula mais de US$ 18 trilhões. A dificuldade para repassar parte da própria inflação para o mundo geraria a necessidade de acelerar a “maquininha” em casa. A inflação dispararia. As reservas soberanas em dólar se tornaria pó em todo o mundo. E segundo disse o dirigente da Revolução Russa, Vladimir I. Lenin, não existe nada mais revolucionário que a inflação.

O “cassino financeiro mundial” hoje movimenta em torno a 1 trilhão de dólares e se encontra montado em cima dos mecanismos financeiros ultra parasitários do dólar. O colapso do dólar implicaria no colapso dos derivativos financeiros, que deixaria rombos colossais em todas as grandes empresas.

Alejandro Acosta é cientista social, colaborador do Diário Liberdade( fonte ) e escreve para seu blog pessoal.



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