Quando assassinaram Che Guevara a rebeldia latino-americana acabou? Pensam suprimir a dignidade de Nossa América assassinando Alfonso Cano? Esta é "a paz" do genocida Santos? O que dirão os hipócritas "estadistas" que o abraçam sorrindo, em nome do "realismo diplomático"?
Sem Alfonso Cano as FARC-EP continuam o combate
Por: Marcelo Sepúlveda Araujo
O original encontra-se em http://www.rosa-blindada.info/?p=868
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
O Mafarrico Vermelho
Por: Marcelo Sepúlveda Araujo
Que Santos não se esqueça….
Depois da morte de Carlos Fonseca, principal
líder e fundador da guerrilha da Frente Sandinista de Libertação Nacional
(FSLN), a insurgência da Nicarágua derrotou o vergonhoso regime de Somoza e
triunfou a revolução.
O mesmo aconteceu no Vietnã, com a morte de Ho Chi
Minh. Há poucos anos, militares e assessores ianques tiveram que se retirar do
sudeste asiático com o rabinho entre as pernas, derrotados e humilhados, quando
antes se sentiam amos e senhores do povo vietnamita.
Em numerosos países
e sociedades, o assassinato dos líderes populares não impediu o triunfo da
rebeldia organizada, quando esta contou com uma proposta estratégica de poder. É
preciso aprender com a História.
Constitui pura ilusão, superficial,
ignorante e banal, a crença da classe dominante colombiana (compartilhada por
seus mestres gringos do norte) de que a morte de um líder guerrilheiro possa
acabar com um processo de luta de massas que permanece ativo, com décadas de
confrontação. Estão gravemente equivocados se pensam em submeter a insurgência
pela via militar.
Porém, os relatos auto-legitimadores da classe
dominante colombiana (e seus monopólios de informação que funcionam como
correias de transmissão em suas operações de guerra psicológica) defendem essa
lógica como verdade absoluta. Falam de si mesmos. Olham-se no espelho e se
auto-convencem para aplacar seus medos.
Há poucos dias, uma multidão
enorme de milhares e milhares de estudantes rebeldes colombianos tomou de
assalto as principais cidades do país, em defesa da educação pública e gratuita.
E o fizeram desafiando a polícia e outras forças anti-motim. O mesmo aconteceu
com o movimento indígena e popular, que já começa a levantar-se, cada vez mais
organizado.
A oligarquia aburguesada da Colômbia acredita que
assassinando Alfonso Cano, principal líder das Forças Armadas Revolucionárias da
Colômbia – Exército do Povo (FARC-EP) vai conseguir calar todo esse movimento
popular de massas (de onde é parte a insurgência). Que ilusão! Quanta
ingenuidade!
Sabemos bem quem é Santos. Conhecemos seu rosto cínico,
lascivo, depravado e anormal, quando se deixou fotografar ao lado de outros
cadáveres insurgentes. Só um perverso, um depravado pode festejar a morte dessa
maneira e com esse tipo de sorriso. Mesmo a morte de inimigos. Vimos essas
fotografias no passado, quando ele era ministro de Defesa. Nós o conhecemos bem.
Bem até demais...
O que interessa aqui não é a opinião desse perverso,
mas sim o estado de espírito dos povos e das massas populares, principalmente da
juventude. Do povo colombiano e dos povos de Nossa América. Os povos sabem
perfeitamente bem que, mesmo quando morreu Simón Bolívar, a luta, longe de
apagar-se, continuou durante dois séculos. O mesmo ocorreu, anteriormente, com
Tupác Amaru e Tupác Katari.
Quando assassinaram José Martí, Cuba
continuou lutando até derrotar definitivamente os impérios que a subjugaram.
Acabou a luta com a morte de Martí? Ninguém, exceto um ignorante (por mais
dinheiro que tenha, continua sendo um ignorante), poderia acreditar que, com o
cadáver de Martí, a luta do povo cubano tivesse acabado.
Poderíamos
recorrer a cada um de nossos países, cada uma de nossas sociedades, cada uma de
nossas histórias, e os exemplos se multiplicariam infinitamente.
"Triunfar ou servir a outras bandeiras. Até depois de mortos
seremos úteis", previu Julio Antonio Mella, pouco antes de cair
assassinado no México. E teve razão. O mesmo acontecerá com o companheiro,
camarada e comandante Alfonso Cano, líder da insurgência colombiana. Podem fazer
o que quiserem com o cadáver. Com o cadáver de Che Guevara cortaram as mãos e o
enterraram num túmulo para indigentes. Assim pensavam terminar com o exemplo do
Che! Podem manipular o corpo de Alfonso Cano. No entanto, com o exemplo de
Alfonso, não poderão fazer nada.
E os presidentes da América Latina?
Seguirão apertando a mão assassina deste personagem sinistro, deste empresário
milionário que, como ministro de Defesa de Uribe, assassinou milhares de
pessoas, jogando-as como se fossem animais em túmulos sem identificação; o maior
cemitério de indigentes de todo o continente, superior aos das ditaduras
militares do Chile, da Argentina, do Peru ou da Guatemala nos anos 70.
Encontraram-se há pouco tempo na Colômbia 2.000 cadáveres, correspondentes aos
assassinatos do período de Santos como ministro da Defesa.
Seguirão
falando da "governabilidade" continental sem ficarem ruborizados? Continuarão
entregando revolucionários ao carniceiro Santos, violando todo o direito
internacional, com cara de feliz aniversário?
E os jornalistas? Poderão
continuar escrevendo alegremente que na Colômbia existe "democracia"? Não será a
hora de rebelarem-se contra esse controle militar da informação?
E os
acadêmicos? Por que na hora de escrever e analisar as lutas e "novas
experiências" de Nossa América mencionam unicamente Cuba, Venezuela e Bolívia
(quando muito acrescentam o Equador)? Por que os acadêmicos se fazem de
desentendidos com as lutas populares da Colômbia? Será talvez porque na Colômbia
a luta armada continua se desenvolvendo e essa temática não está permitida no
núcleo duro dos programas acadêmicos? Talvez analisar a luta armada da Colômbia
se torne um obstáculo para o recebimento de bolsas de pesquisa e subsídios? Os
acadêmicos começarão a incluir a Colômbia entre os estados que praticam
políticas de Estado genocidas ou continuarão fazendo-se de desentendidos?
Em uma palavra: depois do assassinato do líder insurgente Alfonso Cano,
quem poderá se fazer de ingênuo, dizendo que Santos é diferente de Uribe?
Apelamos aos jornalistas que acreditam sinceramente na liberdade de
expressão, aos acadêmicos dignos que não se deixam humilhar, inclusive aos
políticos que, mesmo sem compartilhar do projeto da guerrilha, não estão
dispostos a se sujarem, apertando a mão sangrenta de Santos.
Que ninguém
se engane. A luta segue. Aqui não terminou nada.
Em algum momento
pagarão pelos seus crimes.
Anastasio Somoza também se sentia poderoso,
soberbo e inexpugnável... Mesmo assim terminou.
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