Número de milionários cresce nos EUA

Os ricos mais ricos
Fonte: Avante


O número de milionários nos EUA cresceu em 2011 acompanhando a tendência verificada nas últimas décadas e confirmando que, mesmo no contexto da maior crise capitalista, a grande burguesia continua a engordar o seu pecúlio.




Dados apurados pela Phoenix Marketing indicam que o total de famílias incluídas no restrito clube dos milionários norte-americanos aumentou este ano quase 6,8 por cento. Os mesmos cálculos revelam que apenas 5,1 por cento do conjunto de lares norte-americanos podem reclamar o estatuto de possuidores de um milhão de dólares ou mais em activos líquidos.


Ainda segundo o apuramento feito pela Phoenix, a subida foi observada na esmagadora maioria dos estados federados da União, sendo os estados do Maryland e do Hawai os que concentram a maior percentagem de agregados familiares milionários, 7,21 por cento em ambos, seguido de New Jersey, com 7,19 por cento.

O crescimento do número de milionários este ano confirma uma tendência já registada no ano passado.

No mesmo sentido, um relatório oficial divulgado a semana passada afirma que a fortuna livre de impostos dos 1 por cento mais ricos dos EUA aumentou em 275 por cento entre 1979 e 2007.

O documento, citado pela Reuters, admite que os principais contribuintes do aumento do pecúlio da grande burguesia norte-americana foram os trabalhadores, já que, no mesmo período, os salários dos 20 por cento mais pobres do país cresceram apenas 18 por cento. Os rendimentos de 60 por cento da população norte-americana aumentaram cerca de 40 por cento entre 1979 e 2007.

O texto das autoridades dos EUA confirma também um crescimento do fosso entre ricos e pobres no país entre 1979 e 2007, uma vez que no final da década de 70, os 1 por cento mais ricos concentravam 8 por cento do total da riqueza, contra os 17 por cento que acumulavam em 2007.



Sinais da crise


Estes dados foram divulgados quando a crise se acentua no território. Para além do persistente índice de desemprego – que oculta os casos de desemprego de longa duração, com milhões de trabalhadores arredados das estatísticas, e os casos do trabalho a tempo parcial, mas insuficiente para garantir o mínimo de sobrevivência –, outros elementos confirmam que os EUA se afundam nas contradições do sistema.

O preço médio das habitações, por exemplo, deverá atingir nos próximos meses uma queda de 40 por cento face ao valor mais elevado, registado no início de 2006.

Após a chamada crise imobiliária de 2009 – capítulo final dos anos dourados de multiplicação de fortunas na especulação –, a injecção de fundos públicos na banca animou o crédito à habitação, mas a retoma foi tímida e durou pouco, e o preço das casas voltou a cair ao ritmo do aperto do crédito às famílias.

Neste quadro, avolumam-se as falências de entidades financeiras nos EUA e a consequente concentração do capital. Ainda a semana passada, as autoridades de regulação do sector encerraram mais um banco, sediado no Estado do Illinois.

Afogado em prejuízos, o All American Bank of Des Plaines foi encerrado, tendo o seu negócio sido assumido pelo International Bank of Chicago.

Em 2011 já faliram 85 bancos nos EUA. Em 2010, foram 157 o número de instituições que declararam bancarrota, e em 2009 foram 140.



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