O Parlamento da burguesia europeia


Posada Carriles e o Parlamento Europeu
Javier Rodríguez
Prensa Latina

La Habana, 15 mar. (PL) - Quase em paralelo à recente sessão do Parlamento Europeu que alinhou essa instituição com a campanha mediática contra Cuba, um tribunal estadunidense suspendeu por enésima vez o julgamento que se segue contra Luis Posada Carriles.

Assinalado como o mais importante terrorista da história recente na América Latina, sorridente e tranquilo, não foi incomodado em nada em sua feliz estância na Flórida, consciente da imunidade representada pelos segredos que conhece das atividades violentas contra a Ilha, para as quais foi recrutado pela CIA.


Trata-se de um dos casos mais escandalosos na história dos planos executados durante muitas décadas pelo governo dos Estados Unidos depois do triunfo dos guerrilheiros da Serra Maestra, que compromete todas as administrações do último meio século.


Sempre é conveniente refrescar o que representou, na interminável história das agressões terroristas contra a nação antilhana, esse homem tratado com luvas de peluca pelo governo e pela justiça estadunidenses, e que carrega sobre seus ombros a morte de tantos cubanos.
Sua mais indignante e célebre façanha foi a explosão em pleno voo, en 1976, de um avião da Cubana de Aviação em frente às costas de Barbados, mediante a qual assassinou a sangue frío 73 pessoas, entre elas os jovens integrantes da equipe de esgrima que regresava a Havana após ganhar um torneio na Venezuela.


Se uma ação desse tipo merece a condenação enérgica, a característica da personagem ficou ainda mais clara ante o mundo inteiro quando foi capaz de reconhecer, numa entrevista feita pela josnalista venezuelana Alicia Herrera, a autoria do fato, sem ficar ruborizado.
Seu sócio no feito, Orlando Bosch, outro afilhado dos serviços de espionagem norte-americanos, declarou tranquilamente que, no terrível atentado, morrera apenas "um grupo de negrinhos", mostrando assim sua catadura moral.


Posada Carriles, além de uma suja história de torturador da policía política venezuelana, foi responsável por uma onda de atentados dinamiteiros contra instalações turísticas em Cuba e do envio de mercenários latino-americanos para executá-la.


De nada valem as provas apresentadas pela Venezuela e por Cuba para lograr, pelo menos, que os tribunais dos Estados Unidos apliquem as condenações merecidas por Posada e Bosch e nem sequer celebram os julgamentos pertinentes, porque a proteção oficial assim o impede.

Essa aberração jurídica, política e até desumana, não mereceu a atenção dos ilustres eurodeputados que preferiram converter-se em aliados da nova arremetida contra Cuba, na qual presos comuns são convertidos em herois da luta pelos direcitos humanos.

Fonte: Prensa Latina

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