AGORA E NÃO DEPOIS, É O MOMENTO DE DERROTAR OS GORILAS GOLPISTAS



O tenebroso sonho da direita continental. Honduras: uma lição para nunca esquecer Orlando Cruz Capote*


Quando advertimos anteriormente, em algumas conferências e escrito que a direita continental não se manteria tranqüila ante recentes acontecimentos democrático-progressistas, sociais e políticos, na América Latina e no Caribe. Também, manifestamos que podiam tentar nos impor "a paz dos cemitérios” da não tão remota época das ditaduras militares e civis. Contando, naturalmente, com os setores mais reacionários do sistema de governo dos Estados Unidos – leia-se a CIA e o Pentágono -, mas também de outras agências e serviços especiais de várias denominações, incluindo as ONGs de duvidosa titularidade e credibilidade. E expressamos que, os povos teriam que se preparar, não só para a luta pacífica eleitoral, como também se preparar para combater a violência contra-revolucionária.


As últimas horas vividas – com angustia, mas também com emoção –, diante do sucedido na Irmã República de Honduras, nos fazem repensar aquelas palavras.


Não duvidamos, em absoluto, do triunfo popular e da restituição de Zelaya, como presidente de seu país, mais tardar este fim de semana – anunciou a sua chegada na quinta-feira (hoje), mas confirmou que retorna no sábado, para seu país –, acompanhado dos Secretários da Assembléia Geral da ONU e da OEA, respectivamente; e da presidente argentina, Cristina Fernández e do presidente equatoriano, Rafael Correa.


Os altos militares, a elite da oligárquica, os mais reacionários do clero católico, e o terrorismo midiático e silenciador dos serviços de desinformação de Honduras, estão completamente cercados e perdidos, razão da rejeição unânime da América Latina, do Caribe e do mundo, ao golpe. Essa é uma realidade hoje, quinta, inquestionável.


Mas, é interessante se perguntar se a mais do desespero – unida com a arrogância e a prepotência tipica –, dos oligarcas e dos gorilas militares hondurenhos, não houve algumas indicações e apoios de outras potências continentais conservadoras. Por que se decide interromper um processo reformista e uma simples consulta de possibilidade de participação popular, de modo tão brutal e sangrento?


Não é absurdo pensar que este golpe militar – o civil é um eufemismo –, localizado geograficamente neste momento em Honduras, seja um balão de ensaio para conhecer e determinar a rápida e efetiva resposta das forças progressistas, não só nesse país, mas em nível da nossa América.


Que tipos de conspiração prévia se deram? Com que forças internas e externas? Com quais embaixadas, além da norte-americana? Por que a OEA apresenta um prazo de 72 horas, para negociar a entrada de Zelaya em seu país, dando um tempo de duvidoso significado? Por que essas últimas declarações do porta-voz do Departamento de Estado, que se analisa agora, a natureza do estado da crise política em Honduras, ou se isso é um golpe ou não?


Nas ruas e nos campos de Honduras estão matando , prendendo e torturando as pessoas que demonstram serem contra o golpe; está-se intimidando, espancamento e assassinando os líderes e membros de movimentos sociais e políticos; está-se impedindo o trabalho da imprensa nacional e estrangeira – salvo as emissoras das grandes transnacionais, como a CNN em espanhol –; está-se impondo um regime de terror, está-se recrutando os jovens para que ingressem na força do aparato repressivo; estão nomeando Ministro fantoches, alguns deles conhecidos torturadores; estão ativando os tenebrosos bandos paramilitares, etc.


O que se espera em dar mais tempo ao regime ilegal? Este articulista tem apenas uma resposta: para desgastar o movimento popular, que se dispersa e deixa os protestos e os golpistas criminosos e fascistas do país, se façam mais forte em âmbito interno.


O Presidente Zelaya tem de estar já em seu país. Não há tempo a perder, porque se perdeu muito sangue, e pode ser derramado muito mais. Embora as pessoas nunca se cansem de lutar, não podemos perder um minuto mais. Agora e não depois, é o momento de derrotar os gorilas golpistas02 de julho de 2009. * Dr. Orlando Cruz Capote, Pesquisador Adjunto, Instituto de Filosofia, Cuba


Original em: CUBA TE CHAMA

Tradução: Robson.

Blog Convenção 2009

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