A ofensiva colonial da Otan na Líbia Por J. Quartim Moraes Menosprezar a inteligência alheia tem limites. Mesmo a opinião pública europeia, largamente intoxicada pelo ódio ao imigrante árabe ou negro, já não leva muito a sério o pretexto humanitário invocado pela Otan para justificar a ofensiva colonial contra a Líbia, que já dura três meses e meio. A própria imprensa colonialista adotou um tom mais descritivo. Assim, o Figaro, o mais importante jornal da direita francesa, informou secamente em 23 de maio que na tarde do dia 17 o navio de guerra Tonnerre deixara o porto de Toulon rumo ao teatro de operações na Líbia. A bordo, doze helicópteros de combate com uma delicada missão militar. Os chefes da Otan tinham constatado que os bombardeios não estavam bastando para derrubar o governo líbio. Intensificá-los em demasia, apó s o morticínio que fizeram no bairro onde mora Khadafi, por ocasião da frustrada tentativa de assassiná-lo por via aérea em sua casa, implicaria num custo “human...